O golfe e o badminton ficaram este domingo sem representantes algarvios nas competições olímpicas do Rio de Janeiro após as eliminações de Ricardo Melo Gouveia e de Pedro Martins.
Pedro Martins foi eliminado do quadro de singulares masculinos do torneio de badminton dos Jogos Olímpicos Rio2016, ao perder com Ka Long Angus NG, de Hong Kong.
O atleta luso perdeu este domingo com o 11.º cabeça de série da prova e 13.º da hierarquia mundial por 2-0, com os parciais de 21-17 e 21-18, em 44 minutos, terminando no terceiro e último lugar do Grupo M.
Sábado, na estreia, Pedro Martins, 59.º do Mundo, já tinha perdido por 2-1 (21-14, 22-24 e 6-21) com o canadiano Martin Giuffre, num jogo em que desperdiçou um ‘match point’.
Ainda assim o atleta algarvio mostrou-se “orgulhoso” com a sua participação no torneio de badminton dos Jogos Olímpicos Rio2016, apesar de ter perdido os dois encontros disputados.
“Estou orgulhoso do que fiz e espero que toda a gente também esteja orgulhosa. O balanço é muito positivo. Infelizmente, o resultado não foi o melhor. Podia ter sido, mas não foi, mas sinto-me feliz com o que eu fiz”, afirmou o jogador à Lusa.
“Dei o meu melhor, tanto hoje como ontem (sábado), e quem dá o seu melhor a mais não é obrigado. Foi um prazer jogar para o povo português, para o povo brasileiro, e senti-me em casa aqui. Foi muito bom”, frisou.
Pedro Martins reconheceu dificuldades iniciais
Quanto ao jogo de domingo, Pedro Martins reconheceu dificuldades iniciais em “encaixar no jogo” do seu adversário, que apresentava um “ritmo mais elevado”, mas, afirmou que, depois, conseguiu “dar a volta e fazer também um bom espectáculo para o público, tanto aqui como lá em casa”.
No final, e apesar da derrota, num embate em que chegou a liderar por 14-10 no primeiro ‘set’, o público brasileiro gritou “Pedro, Pedro, Pedro”, despedindo-se com uma grande ovação do jogador luso, que agradeceu e retribuiu, atirando uma raqueta para as bancadas.
“Foi lindo, foi lindo”, disse à Lusa, acrescentando: “Estava a tentar conter a emoção e penso que controlei-me mais neste jogo do que no outro e, é como digo, hoje estou mais forte do que ontem e amanhã vou estar mais forte do que hoje. É isso que vale, é essa experiência que tiro, que levo”.
Pedro Martins, que já havia sido 17.º em Londres2012, não sabe é se repetirá a presença, se estará uma terceira vez nos Jogos Olímpicos.
“Infelizmente, é muito difícil viver em Portugal do badminton. Gostava de ser profissional de badminton, mas, infelizmente, não vejo opção para sê-lo. Não sei, só o futuro dirá. Tenho novas propostas, tanto em Portugal como no estrangeiro. Vamos lá ver o que dá”, explicou.
Os sacrifícios são muitos: “Isto não é fácil. Já são 20 anos que jogo badminton, desde os seis, e treino todos os dias desde aí. E é muito complicado jogar todos os dias com dores. Todos os dias é uma nova lesão, cada dia é uma nova dor. O psicológico é muito importante e não sei como é que vai ser”, finalizou.
Ricardo Melo Gouveia está pronto para voltar em 2020
Ricardo Melo Gouveia também já não está em competição e reconhece que o torneio “correu mal”, mas garantiu estar pronto para voltar dentro de quatro anos, em Tóquio2020.
“Não correu bem, principalmente nos últimos dois dias. Tive muito aquém do meu jogo. Perdi um pouco a confiança ontem (sábado) no jogo curto e isso custou-me muitas pancadas até ao final”, disse à Lusa Ricardo Melo Gouveia.
Depois de fazer 73 pancadas (duas acima do par) no primeiro dia e 68 (três abaixo) no segundo, Ricardo Melo Gouveia comprometeu uma boa classificação no terceiro, com 76 (cinco acima), para hoje rematar com 80 (nove acima).
“Se esperava mais? Sim, muito mais. Joguei muito mal, principalmente nos últimos dois dias”, admitiu o golfista luso, que terminou no 59.º e último lugar, com 297 pancadas (13 acima do par).
Ainda assim, Ricardo Melo Gouveia gostou da experiência extra jogo, sobretudo de “estar com outros atletas, na Aldeia Olímpica, um sítio onde fica toda a gente”, pois, de resto, tudo é “muito parecido” com um torneio do circuito europeu.
Com 25 anos o golfista luso garantiu que está pronto para voltar dentro de quatro anos: “Repetir a experiência olímpica? Sim, sem dúvida. Gostaria de estar no Japão e poder voltar a representar as cores nacionais”.
(Com Agência Lusa)