“Um Tesouro de Todos: Revitalização do Centro de Experimentação Agrária de Tavira” é o título da 10ª e última sessão do Fórum Cidadania, promovido pelo movimento Cidadãos pelo CEAT e Hortas Urbanas de Tavira, que será transmitida em direto nas redes sociais este domingo, pelas 18:00.
O programa conta com a participação de Helena Freitas (Faculdade de Ecologia Aplicada Universidade de Coimbra); Rosa Dias (agricultora, Quinta da Fornalha), António Marreiros (eng. agrónomo, técnico da Direção Regional de Agricultura e Pescas), Catarina Cruz (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve), Artur Filipe Gregório (antropólogo, Dirigente da Associação IN Loco), Pedro Valadas Monteiro (Diretor Regional de Agricultura e Pescas do Algarve).
A moderação do fórum está a cargo de Otília Eusébio (dirigente da Associação Terras e Gentes da Dieta Mediterrânica, bem como da Slow Food Algarve, e membro dos Cidadãos pelo CEAT e Hortas Urbanas de Tavira).
Apesar de conter uma das colecções de fruteira mais importantes do Algarve e até algumas de importância nacional, resultantes na sua grande maioria dos projectos FRUTALG, “Prospeção, Recolha, Conservação e Caraterização de Variedades Tradicionais de Fruteiras Algarvias com Interesse para a Agricultura Portuguesa” e SULCASTAS, denominado “Prospeção e Caraterização da Variabilidade Genética de Castas de Videiras Autóctones nas Regiões do Alentejo e Algarve#, o destino do Centro de Experimentação Agrária (CEAT) de Tavira é incerto.
“Fez-se algum caminho para tentar retirar o CEATavira da morte lenta a que tem estado votado nas últimas décadas, nomeadamente através de reuniões entre o Movimento de Cidadãos pelo CEAT com alguns técnicos da DRAPALG”, explica o movimento Cidadãos pelo CEAT em comunicado.
Destes encontros emergiram visões estratégicas e propostas concretas como “a investigação, experimentação e difusão de variedades tradicionais vegetais e práticas agrícolas apropriadas deve constituir uma prioridade para fazer face às alterações climáticas, ao problema da escassez de água, à desertificação, aos desequilíbrios dos ecossistemas criados pela indústria agroquímica convencional e pela actual acção do ser humano, pelo que um bom desempenho do CEA Tavira neste contexto é vital”.
“A sobrevivência e soberania do país, dependem cada vez mais de uma aposta séria no mundo rural, na sua diversidade e capacidade agrícola, assente em práticas que garantam a sustentabilidade deste sistema, constituindo a investigação e formação eixos basilares destes objectivos”, destaca .
A Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve (DRAP Algarve) no âmbito do projeto integrado para reabilitação e sustentabilidade futura do Centro de Experimentação Agrária de Tavira (CEAT), assumiu que é imprescindível a constituição de uma parceria com diversas entidades, por forma a ultimar esforços e maximizar sinergias, no sentido de criar uma estrutura de proximidade e promover dinâmicas locais e regionais, com foco na Dieta Mediterrânica.
Reconhecendo a importância do CEAT enquanto espaço agroambiental único, localizado em pleno coração da cidade de Tavira, eleita comunidade representativa da candidatura portuguesa da Dieta Mediterrânica a Património Cultural Imaterial da Humanidade, e conscientes da relevância do projeto em causa, a Câmara Municipal de Tavira, a CCDR Algarve, a Universidade do Algarve, a Ciência Viva, a Direção Regional de Cultura do Algarve, a RTA e a associação IN Loco, aceitaram o repto para constituição do comité de pilotagem desta parceria.
Todavia, o movimento entende que “o diálogo deverá ser mais abrangente e horizontal e incorporar as várias sensibilidades e organizações informais. Discutir o futuro do CEA de Tavira é de algum modo debater as diferentes visões sobre o mundo rural algarvio, o modelo de agricultura que se propõe para os desafios do presente, o papel das instituições públicas no desenvolvimento dessas estratégias e o contributo fundamental da cidadania activa, agricultora ou não, nestes processos”.