Diogo Gaspar, ex-diretor Museu da Presidência, foi esta segunda-feira condenado a seis anos e seis meses de prisão efetiva, no âmbito do processo “Operação Cavaleiro”. A leitura da sentença estava marcada para esta segunda-feira, no Juízo Central Criminal de Lisboa.
Em causa estão crimes de peculato, participação económica em negócio, abuso de poder, falsificação de documentos e tráfico de influência.
“Foi o senhor que basicamente conseguiu montar o Museu da Presidência. Era uma pessoa digna de confiança, pelo que tinha uma relação muito estreita com os Presidentes da República. E traiu essa confiança, porque quis ter mais do que aquilo que podia ter. Isso levou-o a durante vários anos, no âmbito de várias atividades, vários negócios, a tentar sempre [ver] onde é que havia oportunidade de ganhar mais alguma coisa, direta ou indiretamente“, afirmou o juiz Luís Ribeiro.
Os restantes três arguidos foram condenados a penas suspensas.
O Ministério Público pedia prisão efetiva e que fosse aplicada a pena acessória de proibição do exercício de funções públicas durante cinco anos.
Processo conta com quatro arguidos
O processo “Operação Cavaleiro” conta com quatro arguidos – Diogo Gaspar, José Dias, Paulo Duarte e Vítor Santos -, que respondem por um total de 42 crimes, entre os quais abuso de poder, participação económica em negócio, tráfico de influências, falsificação de documentos, peculato e branqueamento de capitais.
A investigação, que ficou a cargo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, teve início em abril de 2015, na sequência de uma denúncia anónima.
Em junho de 2016, a PJ efetuou buscas e apreendeu em casa de Diogo Gaspar e de amigos alguns artefactos que pertenceriam ao Museu da Presidência, com o Tribunal de Instrução Criminal a decidir levar o caso a julgamento em 10 de julho de 2019.