“O Partido Socialista não compreende o caráter assistencialista e de protagonismo que os serviços sociais da câmara pretendem assumir, quando até agora, e bem, têm sido as instituições de cariz social do concelho a prestar o auxílio aos mais carenciados”, lê-se numa nota hoje divulgada pelo PS/Faro.
Segundo os socialistas, a aprovação, na semana passada, da revisão orçamental do executivo liderado por Rogério Bacalhau, eleito pela coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM, não regista “apoios tão significativos” na área da ação social, quando comparados com o reforçado apoio ao movimento associativo, sobretudo nas áreas da cultura e desporto, em 916 mil euros.
O PS, cujos vereadores se abstiveram na votação do documento, lamentaram a “insuficiente orçamentação para colmatar os problemas sociais”, criticando a falta de “alcance estratégico” na resposta às problemáticas dos cidadãos e das famílias.
“Para fazer face a esta situação de emergência social, os vereadores socialistas propuseram a atribuição regular de um apoio com caráter mensal, para as associações de cariz social, para fazer face às grandes despesas que neste momento têm que acarretar, face ao crescente número de pessoas sinalizadas e apoiadas pelas mesmas”, prossegue a nota.
De acordo com o PS, estas associações de caráter social deveriam ser “devidamente apoiadas para realizar o seu trabalho de forma assertiva, sem dificuldades de funcionamento e garantindo a ajuda a quem efetivamente precisa e que conhecem como ninguém, evitando a duplicação de apoios”.
Por outro lado, ao nível da educação, o PS diz que o valor de 20 mil euros – proposto pela maioria no executivo municipal -, para atribuição a cada agrupamento de escolas no sentido de apoiar o ensino à distância é “claramente insuficiente”.
“Neste aspeto, considera-se que a Câmara de Faro devia seguir os melhores exemplos das suas congéneres, que optaram por adquirir computadores ou garantiram os respetivos acessos à Internet e distribuíram pelos alunos carenciados dos seus concelhos”, refere o PS.
A Câmara de Faro anunciou na passada semana que ia incorporar 6,6 milhões de euros no orçamento municipal de 2020 para atenuar os efeitos sociais e económicos da pandemia de covid-19.
Contactado pela Lusa, fonte do município adiantou que o executivo optou por não se pronunciar sobre a posição do PS/Faro nesta matéria.
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