O PS repetiu no domingo a vitória eleitoral de 2015 no Algarve, aumentando de quatro para cinco o número de mandatos, enquanto a CDU e o CDS perderam os deputados que mantinham há oito anos pelo círculo eleitoral de Faro.
Os socialistas, que nunca perderam a supremacia na região (distrito de Faro) nos últimos 20 anos, conquistaram 36,76% votos, superando o resultado obtido em 2015 (32,77%). Já o PSD continua a ser o segundo partido mais votado, tendo obtido 22,30% dos votos, longe dos 31,47% obtidos quando em 2015 concorreu coligado com o CDS-PP.
Há quatro anos, a coligação PAF – Portugal à Frente (PSD/CDS-PP) elegeu dois deputados do PSD e um do CDS-PP, partido que perdeu agora a representação parlamentar pelo distrito. O PSD conseguiu sozinho os três mandatos.
Acompanhando a tendência nacional, o BE foi a terceira força política mais votada na região (12,31%) e manteve o deputado eleito desde 2009, ano em que o partido ganhou, pela primeira vez, um mandato pelo círculo eleitoral de Faro.
Apesar de ter sido a quarta força mais votada no Algarve, a coligação CDU (PCP/PEV) perdeu o único deputado que tinha, eleito pela primeira vez em 2011.
PAN foi o quinto partido a conseguir o maior número de votos no Algarve
O PAN foi este ano o quinto partido a conseguir o maior número de votos no Algarve (4,77%) e, apesar de ter crescido em número de votos – em 2015 obteve 1,99% -, não elegeu qualquer deputado, falhando o objetivo a que se propôs nestas legislativas no distrito mais a sul do país.
Por seu turno, o CDS-PP, com 3,81% dos votos, registou nestas eleições o pior resultado desde 1999, quando obteve 7,26%, e ficou longe dos 12,71% de 2011.
Dos partidos sem representação parlamentar, o CHEGA (2,14%) foi o mais votado nestas legislativas neste círculo, sendo que todos os outros não alcançaram a fasquia de 1%.
Em matéria de deputados eleitos, o PS elege Jamila Madeira, José Apolinário, Luís Graça, Jorge Botelho e Joaquina Matos, sendo que estes dois últimos suspenderam os mandatos como presidentes das câmaras municipais de Tavira e de Lagos, respetivamente, para se estrearem no parlamento.
O PSD elegeu o repetente Cristóvão Norte e os estreantes Rui Cristina e Ofélia Ramos, enquanto João Vasconcelos repete o mandato no BE.
Segundo o portal de análise de dados estatísticos EyeData, a população residente do círculo eleitoral de Faro era em média, em 2018, de 439.244 habitantes.
Comparativamente a 2011, segundo os dados apurados nos Censos, regista-se uma perda de cerca de 11 mil habitantes.
De acordo com dados do Ministério da Administração Interna, atualmente, há 376.882 eleitores inscritos no distrito, mais 6.117 do que no dia das anteriores legislativas, em 2015, avança a Agência Lusa.
No entanto, nesse ano, apenas metade dos eleitores inscritos (190.484) votaram para eleger os nove deputados atribuídos ao círculo de Faro, o que representou uma abstenção de 51%, inferior, ainda assim, à abstenção nacional, que foi de 57%.
Em 2019, a realidade política distrital reaparece mais uma vez bipolarizada com o PS a vencer em todos os 16 concelhos algarvios, com os partidos mais pequenos a não conseguirem obter os favores do eleitorado, numa eleição em que a única novidade de substância foram as perdas dos deputados da CDU e do CDS-PP para o PS e PSD.
No distrito de Faro votaram ontem 172.699 das 376.801 pessoas inscritas, o que corresponde a uma participação de 45,83% e a uma abstenção de 54,17%, um valor mais elevado do que em 2015 (51%).
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(CM)