O grupo convivia, saboreando a imaginação, sempre prontos a degustarem os aromas da boa comida, do bom vinho, da saudável troca de energias do pensamento. Talvez por isso intitulavam-se A QUADRILHA.
Os elementos da QUADRILHA “namoravam” um presunto com aspecto estonteante, exposto para todo o mundo ver, e, eles gulosos, os olhos saltando, combinam – ROUBAR O PRESUNTO.
O presunto inspirava-os, deixando-os babados. Eles olhavam para aquele naco, rico, muito rico, cheio de aromas e com um suposto “interior” de sonho…
Concretizam a golpada. Ficam empanturrados, embora tenham estomago de dromedários podendo assim percorrerem as areis do deserto da justiça.
Não deitam fora o papel besuntado de gordura que embrulhava o presunto, visto estar a marca – BOM PRESUNTO NACIONAL. Será uma recordação inolvidável, saboreando aquela delícia acompanhado por um bom espumante, protegido por nobre rolha, degustado pelos seus vapores, borbulhando magnificamente numa off shore solidificando depois, dando largas à BOA VIDA.
Levantam-se dúvidas na sociedade perante aquele estranho ROUBO. A QUADRILHA é incriminada. Esta defende-se e arranja um bode expiatório para o qual serviu o besuntado papel do presunto, transportado por um humano, magrizelas, com ar de sem abrigo, sacrificando-se pela NOBRE QUADRILHA, dando solenidade e transparência aos milhões de grãos de areia espalhados no deserto da justiça até que se erga um colossal monumento ao BOM PRESUNTO NACIONAL, para que não aconteça – PRESUNTO COMIDO PRESUNTO ESQUECIDO.