A secretária de Estado do Turismo reiterou esta quarta-feira que a solução para o problema da sazonalidade no setor passa por “vender Portugal não só como destino de sol e praia” e apostar na promoção de um destino turístico para eventos.
“Nós vamos ter de vender Portugal não só como destino de sol e praia”, afirmou Rita Marques, durante a participação num almoço/debate promovido pelo International Club of Portugal, em Lisboa.
Questionada sobre o problema da sazonalidade do turismo em Portugal e como resolvê-lo, a governante apontou duas soluções: a aposta na promoção de Portugal como um destino turístico para eventos, bem como a aposta no destino para o Golf.
“Acreditamos que Portugal pode sair na frente. […] Lisboa foi recentemente eleita a melhor cidade para acolher eventos, seguida de Cascais e Porto”, apontou Rita Marques.
A secretária de Estado destacou também o Golf como um fator de atração turística, lembrando que, no Algarve, é aquele desporto que permite que vários hotéis se mantenham abertos, entre outubro e maio.
Rita Marques destacou ainda a importância de angariar passageiros de voos de longa distância entre os principais aeroportos (os chamados ‘long-haul’), bem como de “vender” o conceito ibérico, isto é, a promoção de um destino ibérico, para beneficiar do número elevado de passageiros que aterram nos aeroportos espanhóis.
Relativamente ao novo aeroporto de Lisboa, a governante salientou que, para o turismo, é um assunto que “tem de ficar resolvido com toda a brevidade”.
“Tudo faremos para ter o aeroporto, […] mas, enquanto não tivermos este aeroporto, não podemos ficar confinados na nossa missão. […] Não ficaremos reféns dessa única solução, seguramente”, sublinhou.
A Estratégia para o Turismo 2027 (ET2027), definida em 2017 e com um orçamento de 6.000 milhões de euros, tem como metas atingir 80 milhões de noites em estabelecimento turístico em 10 anos e uma receita turística aproximada dos 20.000 milhões de euros.
A ET2027 define três grandes objetivos: crescimento do turismo durante todo o ano, qualificação da oferta turística em todo o território e diversificação dos mercados emissores.
O setor do turismo foi um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus, levando a que, em 2020, se tenha observado um recuo a valores de 1994, no que toca a turistas a entrar em Portugal, e a de 2011, a nível de receita turística, deixando várias empresas descapitalizadas.
De acordo com a secretária de Estado, o Governo tentou negociar com as autoridades europeias no sentido de conseguir uma prorrogação das moratórias bancárias para lá de setembro, porém sem sucesso.
“Estamos a trabalhar na solução B”, afirmou Rita Marques, explicando que a ideia é reescalonar a dívida das empresas, salvaguardando a existência de garantia pública, mas dilatando os prazos de pagamento.