O juiz Rui Fonseca e Castro partilhou, esta quarta-feira, um vídeo nas redes sociais, para responder à intervenção policial que se seguiu aos insultos contra o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, à saída de um restaurante de Lisboa.
O juiz negacionista que enverga uma tshirt do movimento ‘Habeas Corpus’ pelo qual dá cara, considera Ferro Rodrigues como “membro da elite pedófila, e agora assassina”, que no seu entender governa Portugal.
Sem nunca apelidar diretamente o presidente do Parlamento de pedófilo, Rui Fonseca e Castro recorda as expressões que o mesmo terá usado contra o Ministério Público “na época da investigação aos crimes de pedofilia do caso Casa Pia”, tais como: “São uns merdas” para se referir aos magistrados do Ministério Público que tinham a investigação a cargo; ou “Estou-me cagando para o segredo de justiça” e “Isto só lá vai à canelada, apelando à violência contra procuradores”.
Para Rui Fonseca e Castro, “não se deve considerar a prática da pedofilia apenas à luz do código penal. Também há que considerar o mal feito às crianças afetadas por abusos sexuais durante anos”.
Quanto à queixa que a PSP efetuou ao Ministério Público contra os manifestantes, pedindo que se investigue alegados crimes de atentado ao Estado de Direito e contra a paz pública, adianta que “não estão preenchidos os pressupostos de nenhum desses crimes”.
Ministério Público abre inquérito aos insultos de negacionistas a Ferro Rodrigues
O Ministério Público abriu um inquérito aos insultos contra o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, por um grupo de negacionistas, no sábado, em frente a um restaurante situado perto do Parlamento. A Procuradoria-Geral da República confirmou a “instauração de inquérito que teve origem na participação dos factos por parte da PSP”, e que será da responsabilidade do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.
Segundo um vídeo partilhado nas redes sociais, Ferro Rodrigues estava a almoçar com a mulher, enquanto dezenas de manifestantes o insultavam, apelidando o presidente da Assembleia da República, segunda figura do Estado, de “assassino” e “ordinário”.
O gabinete de Ferro Rodrigues começou por desvalorizar o assunto, mas esta segunda-feira, à edição ‘on-line’ da revista Visão, o presidente do parlamento disse tratar-se de um “crime público” e acrescentou esperar que a “PGR cumpra o seu dever”.
De acordo com os registos em vídeo, no Twitter e no Youtube, por exemplo, os insultos continuaram quando Ferro Rodrigues e a mulher saíram do restaurante e se dirigiram para o carro, acompanhados do corpo de segurança pessoal do presidente a Assembleia da República. Uma das manifestantes, de megafone em punho, ameaçou ainda o restaurante onde o casal se encontrava, prometendo que “nunca mais nenhum cliente deste restaurante vai ter paz”.
Os insultos foram feitos por dezenas de negacionistas da covid-19 que no sábado protestaram em frente ao parlamento com o lema “Pelas nossas crianças — Rumo à Liberdade”.
Já esta segunda-feira, a PSP anunciou que iria participar ao Ministério Público os insultos proferidos contra o presidente da Assembleia da República.
Há duas semanas, o presidente da Assembleia da República tinha sido alvo de palavras injuriosas pelo juiz negacionista Rui Fonseca e Castro. O magistrado, que se encontra suspenso de funções, chamou “pedófilo” a Ferro Rodrigues num vídeo partilhado nas redes sociais.
O Conselho Superior da Magistratura mandou para o Ministério Público a participação que o presidente da Assembleia da República tinha enviado ao CSM, depois da publicação do referido vídeo.