Portimão recebeu entre 25 e 28 de março uma equipa de formadores da Rota Waoh!, com o objetivo de capacitar operadores marítimo-turísticos, técnicos da administração pública ligados ao turismo e alunos do curso TeSP em Gestão de Animação Turística e do Curso de Turismo da Universidade do Algarve – Pólo de Portimão (UAlg) e do Instituto de Emprego e Formação Profissional, sensibilizando-os para as melhores práticas relacionadas com o ecoturismo, nomeadamente no conjunto de ferramentas para que os guias turísticos também sejam agentes responsáveis ao nível da preservação ambiental.
Nos dois primeiros dias da ação, os operadores marítimo-turísticos tiveram oportunidade de colher sugestões teóricas e práticas de boas práticas, para fazerem o seu melhor pelo oceano. No dia 27 de março, o Clube Naval de Portimão acolheu uma ação formativa destinada aos técnicos da administração pública. No derradeiro dia da iniciativa, o Pólo de Portimão da UAlg foi palco da ação dirigida aos alunos do ensino superior e do ensino profissional na área do turismo.
A Rota Waoh! (Wildsea Atlantic Ocean Heritage) pretende celebrar o património natural e cultural único dos territórios costeiros europeus banhados pelo Atlântico, desvendando um mosaico de aventuras, sabores e experiências de viagem. Atualmente abrange 14 destinos, estando presente a nível nacional em Sesimbra, Cascais e Portimão.
Iniciativa mostra que em Portimão há qualidade profissional
Segundo a espanhola Julia Vera, responsável pela Travelecoology, uma das entidades envolvidas no projeto, “percebi com esta iniciativa que em Portimão há qualidade profissional e um tecido empresarial muito bem preparado para tirar partido de toda a potencialidade proporcionada pelo ecoturismo e pelos desportos de mar”.
“Existem empresas oferecendo um produto muito interessante, com gente bastante qualificada. Além disso, a Câmara de Portimão acaba de certificar uma das primeiras estações náuticas do país. Tudo isso são ingredientes extraordinários para diferenciar Portimão, a médio-longo prazo, como um destino turístico de eleição, baseado no mar e em todas as atividades que se podem levar a cabo nesta costa deslumbrante”, realçou a formadora.
Do seu ponto de vista, “a diferenciação de Portimão dependerá, em grande medida, do talento dos seus empresários, os quais deverão apostar na formação para ter guias capazes de fazerem uma adequada interpretação dos valores naturais que aqui existem, como destino atlântico, transmitindo aos turistas informação relevante e interessante sobre as espécies marinhas, os seus habitats, o que um mergulhador pode encontrar sob estas águas, etc”.
“Esta terra possui todos os ingredientes para constituir um destino extraordinário, capaz de competir com os melhores do mundo. Tivemos a sorte de contar na sessão com as empresas que estão melhor preparadas, ou que – pelo menos – têm um elevado grau de sensibilidade para estas questões. Estiveram presentes empresas que já contam nas suas fileiras com biólogos marinhos, assim como centros de mergulho com pessoal capacitado para interpretar o meio subaquático onde operam. Todos manifestaram muita curiosidade sobre os temas abordados e perceberam o alcance de se diferenciarem da concorrência”, sintetizou Julia Vera, que sublinhou “o empenho da autarquia local, porque realmente está a fazer um esforço significativo para facilitar este tipo de ações e toda a hospitalidade com que nos brindou é prova disso”.
Nas suas palavras, “a Estação Náutica de Portimão será o mecanismo ideal para articular muitas ações de formação e promoção nos próximos tempos e este compromisso com a sustentabilidade, estou segura, vai dar saborosos frutos”.
Rota Waoh! capacita operadores
Para António José Correia, responsável do Fórum Oceano, parceiro nacional da Rota Waoh! e entidade certificadora das estações náuticas, “o que se concretizou nestes dias foi um dos principais objetivos que norteiam o projeto, ou seja, a capacitação dos operadores”.
“No fundo, o que se pretende é capacitar formadores nacionais para, posteriormente, formarem os operadores. Neste momento, são mais de 700 as entidades envolvidas nas estações náuticas do país, 60 por cento das quais são empresas. Refira-se que em Portimão temos mais de 70, o que é um número muito interessante e revela uma apreciável capacidade de mobilização”, explicou o responsável.
“O reconhecimento que senti por parte dos participantes vai no sentido de ajustarmos os conteúdos de formação às próprias necessidades, pois devem ser incentivadas as experiências que valorizam os recursos naturais e estimulam nos clientes o aumento do conhecimento. O tipo de turista que dá valor às questões da natureza, valoriza também os territórios onde essas mesmas questões são dignificadas. Este é o caminho”, assinalou António José Correia, antes de concluir: ”O que é importante é que temos conteúdos estruturados no âmbito do ecoturismo – não é necessário mais turismo, mas melhor turismo”.
Mais informações em: www.wildsea.eu
(CM)