Um recente post nas redes sociais suscitou pedidos de verificação de factos ao afirmar que “mais de metade dos trabalhadores da Administração Pública têm, em 2021, o Ensino Superior, contra 22,7% dos trabalhadores com este grau académico no privado”. Além disso, a publicação destaca que, em termos médios, os trabalhadores com Ensino Superior na Função Pública ganham cerca de 700 euros a mais do que os seus homólogos do setor privado.
Com base nos dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), as alegações feitas na publicação são, de facto, segundo o Polígrafo, precisas. Em 2021, a remuneração bruta mensal média por trabalhador nas Administrações Públicas era de 2.019 euros, enquanto no setor privado era de 1.335 euros, representando uma diferença de mais de 50%.
Focando nos trabalhadores com Ensino Superior, a disparidade salarial é ainda mais notável. Na Administração Pública, a remuneração bruta mensal média para este grupo é de 2.957 euros, comparativamente aos 2.263 euros no setor privado, o que confirma os quase 700 euros (30,7%) de diferença mencionados na publicação.
Outro aspeto relevante destacado pelo INE é que, de forma consistente, os trabalhadores do setor público apresentam níveis de escolaridade mais elevados. Cerca de 55,2% dos trabalhadores na Administração Pública têm Ensino Superior, enquanto no setor privado essa percentagem é de 22,7%. Esta disparidade educacional é um fator que contribui, como nos conta o Polígrafo, para as diferenças salariais mencionadas, juntamente com as divergências no tipo de trabalho realizado.
Os dados oficiais confirmam que, em Portugal, os trabalhadores com curso superior têm, de facto, salários mais elevados no setor público em comparação com o setor privado, evidenciando uma disparidade que merece atenção e análise aprofundada.
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