A mãe, com 37 anos de idade, que sequestrou o seu bebé do hospital de Faro, unidade do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), foi libertada, mas com a imposição de não estabelecer contacto com a criança, após ter sido submetida a primeiro interrogatório judicial, avança o Correio da Manhã.
“Não queria abdicar da moça sem pelo menos tentar. Não podia ficar sem a menina depois de já ter ficado sem o meu menino. Se tivesse que ser, voltava a fazer tudo de novo”, disse a mãe ao CM.
A mulher é toxicodependente, e a criança estava sob a proteção das autoridades de proteção de menores. Temendo que a criança fosse novamente colocada numa instituição, como ocorreu com o seu primeiro filho, aproveitou uma visita para colocar o bebé numa cesta e fugir.
Ao CM, a mãe explicou que um amigo lhe deu boleia quando conseguiu retirar a bebé do hospital, no entanto este não sabia o seu objetivo. “Ele ficou num papel que eu não queria que ele ficasse”, refere.
A mulher admitiu ter dado à luz num hospital privado para eventualmente ficar com a criança, mas confessa agora ter gastado “3500 euros para nada”.
A PJ localizou e deteve esta terça-feira de madrugada a mãe da bebé e um homem, de 45, que terá auxiliado a progenitora, numa residência de amigos dos suspeitos, nos arredores da cidade de Faro, juntamente com a recém-nascida, com um mês.
A recém-nascida, segundo o Jornal de Notícias, “estava escondida numa casa precária com poucas condições de higiene e salubridade, nos arredores de Faro, e conviveu com adultos toxicodependentes. O local é descrito pelos vizinhos como ‘uma casa de chuto'”.
A mãe está indiciada pelo crime de sequestro agravado, tendo em conta a idade da criança, e aguarda julgamento em liberdade.
O responsável pela diretoria do Sul da PJ adiantou que a criança estava sob a responsabilidade do hospital de Faro, unidade do CHUA, “a aguardar que fosse decidido o seu destino, por estar sujeita a medidas cautelares de proteção pelo Tribunal de Família”.
A mãe da bebé estava autorizada a visitar a recém-nascida, tendo o CHUA ativado “de imediato todos os protocolos de segurança, de comunicação e colaboração com as entidades competentes”. A bebé encontra-se bem de saúde.
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