Ao longo de todo o ano, muito especialmente no final de cada ano, multiplicam-se os pedidos de donativos feitos por organizações não governamentais, ONG, de âmbito nacional e até pelas agências das Nações Unidas, como a UNICEF.
Todos aqueles que quiserem fazer donativos devem faze-los.
Esta realidade representa um anacronismo da espécie humana à escala global. Os Estados gastam rios de dinheiro em armamento e outras inutilidades que só servem para empobrecer os países e criar milhões de refugiados, enquanto os mais ricos do planeta acumulam toda a riqueza que podem, empobrecendo as populações ainda mais. Os Povos pagam impostos e habituam-se aos baixos rendimentos, mas como se isso não bastasse ainda fazem donativos para acudir aos refugiados, aos órfãos de guerra, a calamidades e a populações em extrema pobreza. Pagam impostos para os Estados fazerem a guerra e para acudir às suas consequências, enquanto os mais ricos aumentam a riqueza com as guerras dando asas à sua infinita ganância.
A voracidade dos consórcios financeiros está superiormente organizada. Um exemplo: na zona euro, o banco central europeu foi criado com quotas dos estados membros – dinheiro dos contribuintes – mas quando um Estado membro necessita de dinheiro o BCE não lhe empresta, vai emprestar aos grandes bancos internacionais (agora) à taxa zero e depois esses bancos emprestam aos Estados a taxas superiores a 4%, é um roubo organizado. O BCE compra divida dos Estados no mercado financeiro, mas cobra os juros que os bancos impuseram aos Estados, isto é; os Estados pagam juros do seu próprio dinheiro, suprema maldade.
Quando um operário, ou médico, ou advogado, trabalha não é para ele, é para pagar os juros da casa ao banco, é para pagar os seguros, é para fazer compras nas grandes superfícies comerciais, é para pagar o carro aos grandes produtores mundiais. Afinal para quem trabalham as populações? Ninguém enriquece só com trabalho honesto.
A riqueza produzida no mundo é suficiente para todos os seres humanos terem condições de vida dignas.
Segundo o PNUD bastaria que os orçamentos militares de um ano fossem aplicados na agricultura para acabar com a fome no mundo inteiro para sempre.
A humanidade inventou as fronteiras, as bandeiras e os hinos, a partir daí fazem-se as guerras que servem para satisfazer a ganância de alguns em detrimento do sofrimento de todos os outros, é por tudo isto que são necessários os donativos para acudir aos mais necessitados.
Li algures que um reino só é rico quando o seu povo vive bem.