A superfície dos oceanos acaba de registar o seu mês de maio mais quente de sempre, anunciou esta quarta-feira o serviço europeu Copernicus.
“As temperaturas à superfície dos oceanos atingem já níveis recorde e os nossos dados indicam que a temperatura média para todos os mares livres de gelo em maio de 2023 foi superior a qualquer outro mês de maio”, disse em comunicado a diretora-adjunta do serviço europeu Copernicus sobre alterações climáticas (C3S, na sigla em inglês), Samantha Burgess.
As conclusões baseiam-se na análise, por computador, de milhares de milhões de dados recolhidos por satélites, navios, aviões e estações meteorológicas em todo o mundo.
Alguns dos dados usados pelo Copernicus remontam a 1950.
No que respeita às temperaturas do planeta como um todo, o mês de maio foi o segundo mais quente jamais registado.
“Maio de 2023 foi o segundo mais quente a nível mundial, quando vemos sinais do El Niño a surgir no Pacífico equatorial”, disse Samantha Burgess, citada pela agência France-Presse.
O El Niño é um fenómeno climático natural geralmente associado a um aumento das temperaturas, a uma seca acrescida em certas partes do mundo e a chuvas fortes em outras.
O fenómeno ocorreu pela última vez em 2018-2019 e deu lugar a um episódio de quase três anos do La Niña, que provoca efeitos contrários, nomeadamente uma redução das temperaturas.
Apesar desse efeito moderador, os últimos oito anos foram os mais quentes alguma vez registados.
No início de maio, a Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência especializada da ONU alertou para a probabilidade de o El Niño se formar este ano, elevando as temperaturas a novos recordes.
A organização estimou então em 60% a probabilidade de o El Niño se formar até ao final de julho e em 80% até o final de setembro.