“O que aconteceu no Paquistão não fica confinado ao Paquistão”: as imagens da ‘carnificina climática’
Primeiro-ministro do país assolado por cheias devastadoras – que já deixaram dois terços do território submerso– fez um discurso desesperado nas Nações Unidas. Aquecimento global já matou 1600 pessoas no país desde junho
O primeiro-ministro do Paquistão lançou um apelo desesperado à ONU para salvar o planeta ameaçado pelas alterações climáticas provocadas pelos países ricos, mas que atingem a nação do sul da Ásia.
“O Paquistão nunca viu uma ilustração tão absoluta e devastadora do impacto do aquecimento global”, adiantou Shehbaz Sharif, na intervenção proferida, na sexta-feira, na Assembleia-Geral da ONU.
O apelo do líder do Governo paquistanês surgiu depois de o país ter sido devastado por inundações sem precedentes nos últimos meses, causando milhares de mortos.
Sharif alertou a comunidade internacional de que “a calamidade” climática devido às chuvas originadas por “monções monstruosas” foi apenas um prelúdio para o resto do mundo espera.
“Uma coisa é certa: o que aconteceu no Paquistão não vai ficar confinado ao Paquistão”, sublinhou.
Para Sharif, “a própria definição de segurança nacional hoje mudou e, a menos que os líderes mundiais se unam e ajam agora (…), não haverá Terra para travar guerras”.
“A natureza vai contra-atacar e a humanidade não é adversária”, advertiu o líder, de 71 anos, no poder desde abril.
Desde junho, mais de 1.600 pessoas morreram no Paquistão na sequência das inundações. Já esta semana, pelo menos 17 pessoas morreram na província de Sindh, a mais atingida pelas devastadoras cheias.
A atualização foi feita na quarta-feira, dia em que a ONU renovou o apelo para angariar 39 milhões de dólares (cerca de 39,6 milhões de euros) em donativos para ajudar as vítimas mais vulneráveis das cheias, depois de só ter alcançado um terço do pedido de financiamento, de acordo com um comunicado do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Médicos e profissionais de saúde lutam para conter o surto de doenças transmitidas pelas águas, como malária e dengue, entre as centenas de milhares de sobreviventes a viver, agora, em tendas no sul da província de Sindh.
A monção anual é responsável por 70 a 80% da precipitação anual da Ásia do Sul, mas é também sinónimo de morte e destruição.
A precipitação é difícil de prever e varia muito, mas os cientistas acreditam que as alterações climáticas estão a tornar as monções mais fortes e mais erráticas.
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