O sistema de ensino em Portugal é teoricamente bom, na prática tem falhas como qualquer outro. As escolas têm interações com diferentes estruturas da sociedade como as câmaras municipais, o ministério da educação, sindicatos dos professores, sindicatos da função pública, associações de pais, fornecedores e alunos. Têm que ser geridas por pessoas muito competentes a todos os níveis, com capacidade de tomar decisões atempadas, o que nem sempre se verifica, como em qualquer outra profissão. A gestão das escolas deriva de uma forte participação da comunidade escolar, embora possa existir, aqui ou ali, lóbis de interesses com caracter partidário. Se a nomeação dos diretores escolares fosse da responsabilidade do poder autárquico creio que seria muito mau, creio que todos nós fazemos uma ideia do que aconteceria.
Os professores são colocados por concurso nacional, o que dá boas garantias de homogeneidade nacional e de independência dos poderes locais ou partidários, se alguma vez forem colocados pelas câmaras municipais, então serão prevalecentes a orientação dos núcleos locais dos partidos políticos, dos laços familiares e das amizades.
Houve uma época de falta de trabalho, por isso houve muita gente que foi para o ensino sem qualquer vocação para tal, por isso penso que é necessário orientar os alunos na sua carreira estudantil e é necessária uma prova vocacional eliminatória para entrar na profissão de professor, quem não tiver vocação não entra para a carreira.
Após o 25 de Abril acabaram com as escolas industriais e comerciais necessárias para as profissões técnicas e ainda hoje não se faz a orientação vocacional dos jovens, criaram os cursos vocacionais que deixam muito a desejar. Se um jovem não gosta de História, Literatura, línguas estrangeiras ou matemática, porquê obriga-lo a estudar isso? O resultado é que o aluno reprova ou desiste da escola e o Estado anda a gastar dinheiro inutilmente! Quem tem vocação para mecânico nunca será um bom médico!
Nas eleições legislativas de 2015 o PS prometeu que, até 2020, todas as crianças iriam para o ensino pré-escolar. Falso, em vez de aumentar a quantidade de estabelecimentos de ensino pré-escolar, têm diminuído como mostra a tabela. A baixa taxa de natalidade não justifica esta diminuição de estabelecimentos pré-escolares porque todos sabemos que existem inúmeras crianças que não frequentam este tipo de ensino porque não há oferta.
Quando o dinheiro não chega para tudo, o melhor é reformular as prioridades.
Há muita gente na política que ainda não percebeu que o respeito só se constrói com competência e honestidade.
Prometem tudo excepto a verdade!