A comunidade dos paraquedistas militares ficou em choque, esta quinta-feira, com a morte da sargento-ajudante Alexandra Serrano Rosa, aos 52 anos, na sequência de um salto manual em queda livre no Arripiado, o tradicional campo de saltos dos paraquedistas no concelho da Chamusca. O Exército, cujas relações públicas o Expresso não conseguiu contactar, confirmou no respetivo site que esta militar (cuja identidade não revelou) se encontrava “a efetuar um salto de abertura manual para manutenção da qualificação de paraquedista”.
Segundo o comunicado do Exército, “durante a execução do salto, o sistema de paraquedas não funcionou devidamente, tendo resultado na queda” mortal da militar. “Foram acionados de imediato os procedimentos de emergência médica, estando o Exército a realizar o processo de averiguações para apurar todas as circunstâncias em que ocorreu este acidente”, informa o ramo, ao mesmo tempo que apresenta as condolências à família.
Esta era uma militar muito conhecida por todos os que passaram por aquela tropa especial, porque era filha de um dos históricos do regimento, o sargento-mor Serrano Rosa, um paraquedista que ainda fez a guerra colonial e que é uma referência para os que receberam a boina verde. O pai, aliás, fotografou a filha a entrar no no avião C-295 antes do acidente e fez uma publicação no Facebook a evocar a memória da filha, o que já gerou milhares de comentários de condolências.
Depois das históricas enfermeiras paraquedistas que fizeram a guerra do ultramar, Alexandra Serrano Rosa foi das primeiras mulheres “paras” da nova geração a fazer o curso de paraquedista, ainda na Força Aérea, nos anos 1990, antes de os “paras” passarem para o Exército. A seguir fez o curso da arma de Transmissões, mas continuou virada para a componente aeroterrestre e era a única mulher instrutora de paraquedismo, explica um antigo oficial paraquedista ao Expresso.
O Presidente da República e comandante supremo das Forças Armadas publicou uma nota de pesar a sublinhar ter sido “com profunda tristeza e sentido pesar” que tomou “conhecimento do falecimento da Sargento-Ajudante Paraquedista, Alexandra Serrano Rosa” que deixa uma “saudade inesquecível” entre a família paraquedista. “Neste momento de perda e de subida dor, partilhada com o pai por contacto telefónico, apresento a toda a família e amigos os meus sentidos pêsames”, escreveu Marcelo Rebelo de Sousa.
A última morte de um paraquedista tinha sido em setembro 2019, em Beja, quando outro sargento muito experiente não sobreviveu a um acidente de um salto em queda livre.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL