O ministro das Infraestruturas e da Habitação considerou hoje ter sido feita “justiça” ao entregar chaves de novas casas a famílias carenciadas do concelho de Loulé, sublinhando que o acesso à habitação é um direito.
“Aquilo que estivemos aqui a fazer não foi um favor, mas a nossa obrigação, e as famílias vieram exercer um direito. Estivemos a fazer justiça. Não tivemos todos a mesma sorte na vida. Eu tive a sorte de não precisar”, afirmou Pedro Nuno Santos.
Intervindo na cerimónia de entrega das chaves de 22 casas a outras tantas famílias daquele concelho do distrito de Faro, o governante recordou que numa “comunidade” onde há “realidades diferentes” e “histórias de vida diferentes” é preciso haver união e “resolver os problemas” uns dos outros.
“Os problemas dos outros são também os nosso problemas”, frisou, defendendo que não é possível construir um futuro diferente para as novas gerações “se não se construir um lar com condições de saúde, segurança e conforto”, pois “só com um lar se consegue construir uma vida decente”.
Considerando que hoje se assistiu à concretização do “trabalho e obrigação” dos governantes em “garantir decência e trabalho a todos”, Pedro Nuno Santos aproveitou a ocasião para elogiar o trabalho da Câmara de Loulé naquela que, defendeu, deveria ser a “prioridade número um” das autarquias.
O governante terminou a sua intervenção no Cineteatro Louletano desafiando o presidente da autarquia, Vítor Aleixo (PS), a concluir a Estratégia Local de Habitação (ELH) do concelho até 2026, o que lhe permitiria uma majoração da comparticipação do Estado “até 100%”.
O autarca aproveitou a ocasião para apresentar a ELH do concelho para 2019-2030, que tem como objetivo encontrar “soluções” para “320 agregados familiares” num investimento total de quase “43,8 milhões de euros com 35% de comparticipação a fundo perdido”.
A estratégia inclui a atribuição de subsídios ao arrendamento habitacional e o arrendamento apoiado para famílias de “recursos económicos mais baixos” e que “não terão tão cedo melhorias na sua situação” financeira, referiu Vítor Aleixo.
Existe ainda o arrendamento acessível para uma classe social “com rendimentos intermédios”, mas que “sofreu com a crise financeira” e que, neste momento, “não tem condições junto da banca para adquirir uma habitação”, apontou.
Vítor Aleixo adiantou ainda que esta última modalidade de apoio se destina também a “profissionais que tenham de se fixar no concelho” mas que face à atual escassez de oferta no mercado imobiliário possam não consigam encontrar uma habitação.
A Câmara de Loulé prevê apoiar 1.400 agregados até 2030, tanto com a construção e reabilitação de imóveis, como através do 1º direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação, ao abrigo de um acordo celebrado com o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), em outubro do ano passado.