O ministro da Administração Interna disse hoje que as agressões cometidas contra um imigrante nepalês, em Olhão, no Algarve, são “comportamentos inaceitáveis” que têm de ser “exemplarmente punidos”, adiantando que alguns suspeitos já foram identificados.
“Temos já identificados alguns suspeitos, outros poderão vir a ser identificados nas próximas horas, nos próximos dias, e é muito provável que durante a próxima semana haja informação pública rigorosa sobre aquilo que foi um comportamento inadmissível, inaceitável”, afirmou José Luís Carneiro em declarações aos jornalistas em Macedo de Cavaleiros.
Em causa estão as agressões cometidas por um grupo de jovens contra um homem, a 25 de janeiro, que se tornaram públicas após a partilha de um vídeo nas redes sociais, onde o imigrante surge caído no chão, em posição defensiva, a tentar proteger-se de pontapés, murros e pauladas desferidos pelos agressores, cujos rostos não são bem visíveis, por estarem com capuzes.
Segundo o governante, foi identificado “um núcleo de pessoas que estavam nesse grupo que agrediu de forma bárbara” o cidadão, sendo que a PSP está a realizar diligências em conjunto com o Ministério Público para reunir informação que permita responsabilizar os autores da agressão.
“São comportamentos inaceitáveis e que têm de ser exemplarmente punidos”, defendeu José Luís Carneiro, estimando que nos próximos dias haja “informação pública que permitirá apresentar os responsáveis sobre os quais impedem provas, indícios bastante sólidos, que permitirá responsabilizar aqueles que atuaram desta forma”.
O ministro da Administração Interna adiantou, ainda, que a PSP detetou “outras circunstâncias equivalentes àquelas que se verificaram com este jovem”, notando que as investigações estão em “fase avançada”.
Além das reiteradas agressões, o grupo também roubou a mochila da vítima, que não apresentou queixa, enquanto esta suplica para que parem de o agredir e lhe devolvam, pelo menos, os documentos que guardava na mochila, pode ver-se no vídeo.
Fonte da PSP disse à Lusa ter tem curso uma investigação para saber quem foram os autores das agressões e do roubo, quem publicou o vídeo nas redes sociais e as circunstâncias em que estas ocorreram.
A investigação está também a tentar determinar quantos elementos compunham o grupo e qual o envolvimento de cada um deles nos crimes cometidos.