A ministra da Defesa Nacional salientou esta quarta-feira que o trabalho e criatividade das autoridades marítimas e Força Aérea no combate ao narcotráfico permite colmatar a necessidade de mais meios humanos e técnicos, elogiando o “grande sucesso” de operações recentes.
Questionada pelos jornalistas sobre um eventual aumento de meios humanos e técnicos para responder ao aumento do narcotráfico por via marítima, Helena Carreiras notou a “forma muito criativa” como Marinha, Autoridade Marítima e Força Aérea têm desenvolvido “meios e tecnologias” que ajudam ao combate.
“E eu estou em crer que esse trabalho e essa criatividade, com a ajuda da inovação, das tecnologias, vão colmatar, eventualmente, algumas necessidades que tenhamos de meios para este combate”, acrescentou, elogiando “as pessoas muito competentes e os operacionais muito qualificados” envolvidos nestas ações.
A ministra falava à margem de uma iniciativa realizada no Cais Comercial de Faro, onde esteve acompanhada pela ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, inserida na ação “Governo Mais Próximo”, que decorre hoje e quinta-feira no distrito de Faro, com cerca de 60 iniciativas e a presença de vários membros do executivo.
A Marinha e Autoridade Marítima Nacional (AMN) apreenderam 16,48 toneladas de droga na costa portuguesa nos dois primeiros meses de 2023, praticamente a mesma quantidade de droga apreendida em todo o ano passado (16,52 toneladas).
Helena Carreiras, depois de observar alguns dos meios envolvidos, destacou que estas operações de combate ao narcotráfico têm envolvido “colaboração” entre Força Aérea, Marinha, Autoridade Marítima e Polícia Judiciária (PJ).
“Estamos a falar de um conjunto de operações concretas com resultados que conhecemos muito bem, de grande sucesso na apreensão de droga, na identificação de atividades ilícitas que têm vindo a intensificar-se e que nos devem preocupar”, realçou, mostrando “confiança” de que as instituições envolvidas estão a “conseguir fazer um trabalho muito meritório” em defesa das populações.
Questionada sobre se a ausência de elementos da Unidade de Controlo Costeiro da GNR denotava pouca articulação entre as diferentes entidades, a ministra da Defesa Nacional frisou que a GNR “tem a sua área de operação”.
“Naturalmente, temos todos de cooperar e essa é a nossa orientação. É aquilo que tenho, eu própria, a senhora ministra [da Justiça] e o senhor ministro da Administração Interna, considerado, é isso que temos feito e é isso que vamos continuar a fazer, continuar a cooperar”, disse.
A ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, sustentou que a PJ tem feito apreensões e encerrado algumas oficinas que constroem lanchas rápidas envolvidas no tráfico de droga, mas a governante admitiu mudanças na lei, à semelhança do país vizinho, cuja legislação “identifica quem pode utilizar, de forma mais restrita, estas lanchas”.
“E ao fazer isto, de facto, [Espanha] afunilou a possibilidade [de utilização das lanchas]. Parece-me que é uma questão que deve ser trabalhada também entre nós. Estamos com a PJ a trabalhar nisso, a ver quais são as possibilidades, do ponto de vista jurídico, de afunilarmos também nós a possibilidade de utilização destas lanchas e assim também restringirmos o seu uso”, comentou.
Durante a ação realizada hoje em Faro, foram distinguidos com um louvor coletivo todos os elementos dos Fuzileiros, Polícia Marítima e Força Aérea envolvidos nas ações de combate ao narcotráfico realizadas nos últimos meses.
Foi também entregue a Medalha da Cruz Naval aos agentes da Polícia Marítima envolvidos numa operação em 4 de fevereiro, na qual dois elementos ficaram feridos depois de a embarcação em que seguiam ter sido abalroada por uma lancha conduzida pelos traficantes.