O Ministério do Ambiente e da Ação Climática informou esta quarta-feira que, na sequência da morte de mais de uma dezena de animais num abrigo ilegal em Vila Real de Santo António, durante o incêndio que começou em Castro Marim, foi aberto um inquérito administrativo pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
“A abertura deste inquérito destina-se a analisar e apurar as circunstâncias que, do ponto de vista administrativo, permitiram o funcionamento do referido abrigo”, explica o ministério em comunicado de imprensa.
A Câmara de Vila Real de Santo António disse esta terça-feira que “desconhecia a existência” de um abrigo onde mais de uma dezena de animais morreram no incêndio que começou em Castro Marim na segunda-feira
Em declarações à agência Lusa, Luís Romão garantiu que o abrigo, situado na localidade de Santa Rita, acolhia animais sem o conhecimento do município, pertencia a um privado e não fez qualquer pedido de ajuda para a sua retirada do local, onde acabaram por morrer no fogo que, começou em Castro Marim, alastrou a Vila Real de Santo António e Tavira e foi hoje dado como dominado, às 16:02.
A Lusa questionou o autarca sobre o motivo de não sido prestado socorro aos animais, depois de o partido PAN ter denunciado hoje a morte de “pelo menos 14 animais” num “abrigo ilegal” no concelho de Vila Real de Santo António, no incêndio no Algarve.
O partido anunciou que vai apresentar queixa porque os animais se encontravam “num abrigo ilegal, no local de Santa Rita (concelho de Vila Real de Santo António), já sinalizado”, mas o autarca refutou esta ideia e assegurou que não havia conhecimento da sua existência na autarquia.
“Desconhecíamos. Soube dessa informação ainda agora, pelo que percebi é uma coisa particular, ilegal e que nem sequer pediu auxílio nenhum. Nem o serviço municipal de Proteção Civil sabia da sua existência”, afirmou Luís Romão.
O autarca lamentou que, depois de a autarquia ter conduzido “com sucesso” a retirada de cerca de 300 animais do canil e gatil municipal como precaução, devido à aproximação do fogo, transportando-os com o apoio de voluntários para instalações em Tavira e Loulé, tenha tido esta “surpresa” da morte de mais de uma dezena de animais.
“Da mesma forma que retiramos do canil e gatil municipal, podíamos ter feito o mesmo para esses, mas desconhecíamos”, afirmou ainda o autarca.