Os serviços secretos ucranianos alegam ter intercetado uma nova conversa telefónica entre um militar russo a combater na Ucrânia e os familiares. No excerto de áudio com 28 segundos divulgado nas redes sociais, o alegado soldado afirma ter cometido crimes de guerra, mas a mãe não acredita nele.
“Meu filho, não percas o espírito. Se ao menos pudesses ver o que estás a fazer. Tu sabes, estás a fazer grandes feitos. Lembra-te disso e di-lo aos outros”, afirma a mulher.
“O que estamos a fazer? Estamos a matar civis e crianças”, responde a voz masculina.
“Não, não estás a matar civis e crianças. Estás a matar nazis”, interrompe a mulher quando o filho pede que esta acredite nele.
O relato, não confirmado ainda por uma fonte independente, segue as várias informações que dão conta de um desalinhamento do que está a acontecer no terreno com as expectativas iniciais com que o exército russo partiu para a guerra que já vai no 55º dia. E indicia uma contínua desinformação em território russo sobre o que se tem passado no terreno – proporcionada por um bloqueio a qualquer informação não controlada pelo Kremlin acerca dos ataques, dos seus motivos e das suas características. Há dois dias havia relatos – confirmados – sobre a ausência de informação às famílias dos que estavam a bordo do cruzeiro Moskva que afundou no Mar Negro, cujo paradeiro muitas famílias russas não conheciam.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL