Miguel Sousa Tavares, jornalista, editor, escritor e comentador, deu a sua opinião no ‘Jornal Nacional’ da TVI, esta quinta-feira, sobre a escolha da nova Miss Portugal, Marina Machete, que será a primeira mulher transgénero a representar Portugal no concurso Miss Universo. Para o comentador, quem venceu o concurso “foi uma operação ou várias cirurgias plásticas e a medicina molecular” e não uma “mulher bonita”.
“Eu acho que as mulheres saem duplamente maltratadas deste concurso. Primeiro porque não acredito que não houvesse nenhuma mulher – mulher, mulher – mais bonita a concorrer do que esta Miss Portugal. Francamente, não acredito. Gostos não se discutem e o júri lá terá o dele, mas, francamente, não acredito que não haja uma portuguesa em idade de concorrer mais bonita do que esta Miss Portugal”, referiu.
Para o comentador, “quem se elegeu não foi uma mulher bonita. Não foi ela quem ganhou o concurso, foi uma operação ou várias cirurgias plásticas mais a medicina molecular”.
Miguel Sousa Tavares falou ainda sobre o júri do concurso, “o que o júri apreciou foi o resultado sucessivo de operações plásticas que correram bem e tratamentos moleculares ou celulares”.
De recordar que Marina Machete, de 28 anos, foi a primeira mulher transgénero a participar e a vencer o concurso de Miss Portugal.
Marina Machete, em entrevista ao Notícias ao Minuto, defendeu que o concurso “não avalia apenas o exterior” e que cada “candidata tem de participar de forma ativa na sociedade, através de causas sociais, e tem de transmitir uma imagem e mensagem a uma certa comunidade”.
Para a nova miss Portugal já era claro que “haveria uma explosão” por ser “abertamente transgénero”
“Já ouvi de tudo, não há nada que me possa magoar. A maioria dos comentários ofensivos até me faz rir, a mim e à organização. Nós lemos e rimo-nos. Esses comentários não se aplicam a mim, representam apenas ignorância”, afirmou.
O concurso Miss Universo vai decorrer a 18 de novembro, em El Salvador.
Leia também: Sem-abrigo ganha 37 mil euros no totoloto, mas encontra-se impedido de levantar o prémio