Cerca de metade das candidaturas de apoio para o restabelecimento do potencial produtivo apresentadas pelos agricultores lesados pelos incêndios de Monchique já foram aprovadas, disse o secretário de Estado das Florestas.
“O prazo terminou no dia 30 de Novembro. Deram entrada 286 candidaturas, que representam um total de 6,8 milhões de euros, e em 18 dias, até ao dia de hoje [terça-feira, 18 de Dezembro], foram aprovadas 131 candidaturas. Estas pessoas têm de imediato acesso ao financiamento daquilo que foi o pedido apresentado”, referiu Miguel Freitas à Agência Lusa.
Perante as queixas de alguns agricultores face ao atraso da resolução deste processo, após os incêndios registados na serra de Monchique no início do mês de Agosto, o secretário de Estado explicou que a demora teve como base o pedido de adiamento por parte de diversas entidades.
“O anúncio inicial tinha como prazo 30 de Setembro, mas foi pedido sucessivamente o adiamento do prazo da apresentação dessas candidaturas, quer pela Câmara de Monchique, quer por parte das organizações de produtores que estavam a acompanhar os agricultores nas suas candidaturas”, descreveu.
O secretário de Estado afirmou ainda que este processo está a ser analisado pelas entidades responsáveis “com esforço, empenhamento e com a vontade de o mais rapidamente possível fazer a análise e aprovação das restantes candidaturas”.
O governante falava à Lusa no âmbito da primeira de seis operações de estabilização de emergência do território, que envolveram diversas entidades: o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, a Autoridade Nacional de Proteção Civil, os Sapadores Florestais, a Força Especial de Bombeiros e o Grupo de Intervenção Proteção e Socorro da GNR.
Esta acção, que tem como objetivo a prevenção de incêndios, começou esta terça-feira a ser posta em prática nas áreas da Herdade da Talhadinha e na Herdade do Barreiro (Silves), e prolonga-se até à próxima sexta-feira.
Até ao final do mês de Janeiro, estão previstas mais cinco operações ao longo do território entre Silves e Monchique.
O fogo que deflagrou no dia 3 de Agosto na zona da Perna Negra, na serra algarvia, foi o maior registado este ano em Portugal, e atingiu também o concelho vizinho de Silves, depois de ter afetado, com menor impacto, os municípios de Portimão, no distrito de Faro, e de Odemira, no distrito de Beja.
No total o incêndio destruiu 74 casas, 30 das quais de primeira habitação, e mais de 27 mil hectares de floresta e de terrenos agrícolas.