A Câmara de Loulé apresentou esta sexta-feira em Quarteira a sinalética de evacuação face ao risco de tsunami, que prevê a instalação de seis sirenes, 140 sinais e 13 pontos de encontro ao longo da costa.
“Viver é um risco e temos de estar preparados [no caso de ocorrer um tsunami]”, disse o presidente da Câmara de Loulé, no distrito de Faro, durante a cerimónia de apresentação da nova sinalética, na praia do Zé, no Calçadão de Quarteira.
Para Vítor Aleixo, o mais importante vai ser “sensibilizar e informar” a população e os turistas para o comportamento que devem ter em caso de um alerta de tsunami.
No final da apresentação foi feito o trajeto a pé, de várias centenas de metros, até um local mais elevado, no interior da cidade algarvia e já com a sinalética, que nos próximos meses vai ser estendida a toda a costa da freguesia ribeirinha de Quarteira, incluindo a conhecida estância balnear de Vilamoura.
Quando estiver concluída ficarão instalados um total de 140 sinais, 13 pontos de encontro e seis pontos de aviso sonoro (sirenes) na área costeira.
O plano que foi feito e está em vias de conclusão em Quarteira será em seguida feito na outra freguesia ribeirinha de Loulé, a de Almancil, onde se situam aldeamentos turísticos também muito conhecidos, como a Quinta do Lago ou Vale do Lobo.
“A população que vive junto ao mar fica mais bem preparada, mas temos de dar o passo importante agora de divulgar este sistema, e na época alta de turismo temos de levar a informação também aos turistas”, disse à Lusa o professor do Instituto Superior Técnico (Lisboa) Carlos Sousa Oliveira, que liderou a equipa responsável pelo estudo deste projeto.
Vaz Pinto defende a atualização do estudo de risco sísmico, datado de 2009
Na orla costeira algarvia apenas há, em Portimão, um sistema idêntico ao que está a ser instalado em Loulé, que inclui uma rede de sirenes de aviso à população, construído na sequência de um projeto-piloto realizado em 2018.
“A nossa ideia é alargar este sistema a toda a costa algarvia vulnerável a este tipo de eventos”, disse à Lusa o comandante regional do Algarve da Proteção Civil, Vítor Vaz Pinto.
O responsável defendeu a atualização do estudo de risco sísmico, datado de 2009, que permitiu o desenvolvimento de um novo simulador para antecipar as zonas mais afetadas e os danos materiais e humanos estimados após a inserção de dados, como o epicentro e intensidade do sismo.
Vaz Pinto insistiu na necessidade de ter um sistema de alerta da população, que deve estar informada sobre a sua utilização, para que não aconteça o mesmo do que em 1999, quando um falso alarme de tsunami levou os habitantes das zonas ribeirinhas “a não reagirem da melhor maneira”.
De acordo com a Câmara de Loulé, o projeto em curso visa operacionalizar o Objetivo Estratégico n.º 4 – Melhorar a preparação face à ocorrência de Riscos no âmbito de uma resolução do Conselho de Ministros de 2021, referente à Estratégia Nacional para uma Proteção Civil Preventiva 2030.
Segundo essa estratégia, “o território nacional encontra-se sujeito a diversos riscos de origem natural, tecnológica ou mista que, com maior ou menor probabilidade de ocorrência, apresentam potencial para causar danos a pessoas, animais, bens e ambiente”.
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