O permanente convite ao uso do gel, como dissuasor desse vírus que pôs o mundo de patas para o ar, parece que nos fez esquecer que já consumíamos produtos antisséticos, que tratávamos pequenas lesões e ferimentos ligeiros, nas instituições de saúde também já se utilizavam antisséticos, sobretudo em meio hospitalar, por causa do risco de infeção nosocomial, isto para já não falar que a lavagem das mãos é hoje matéria corriqueira que os pais ensinam aos filhos, avisos que continuam no jardim de infância e na escola, e pela vida inteira.
Mas limpar não é o mesmo que desinfetar, tal como desinfetar não é o mesmo que esterilizar. É do senso comum que lavar as mãos é uma garantia para melhorar os padrões de saúde pública, é um dos mais eficientes métodos para a prevenção das doenças, desde a diarreia e outras perturbações gastrintestinais até à gripe e pneumonia.
Desinfetar permite destruir a maior parte dos microrganismos, e circunstâncias há em que a desinfeção deve ser usada, sem prejuízo de em circunstância alguma se pensar que ela pode substituir a limpeza (não, nunca a substitui!). Os desinfetantes são substâncias suscetíveis de eliminar ou matar por ação direta os microrganismos indesejáveis ou de inativar os vírus (desinfetam ferimentos, evitam ou reduzem o risco de infeção por ação de bactérias ou germes.
Falou-se atrás na distinção entre lavar e desinfetar, é bom não esquecer que devemos lavar muito cuidadosamente as feridas não deixando de se recordar que o uso excessivo do sabão pode contrariar a ação do antissético. A esterilização é a forma mais eficaz de destruir os microrganismos, mas este método não é recomendável para aquelas situações que têm a ver com males ligeiros.
Outra advertência: há antisséticos muito agressivos que não se recomendam a grávidas, mulheres que amamentam e crianças com menos de ano e meio. Pessoas que sofram da tiroide ou que sejam alérgicas ao iodo devem falar previamente com o médico.
No caso de haver feridas profundas, exposição de gordura na região lacerada, sinais de infeção ou existência de objetos ou resíduos não removíveis, perda de sangue que não se consegue estancar ou feridas por mordedura humana ou animal, o que se recomenda é que se vá prontamente à urgência hospitalar. O aconselhamento farmacêutico é primordial. Este profissional de saúde terá o cuidado de recomendar a aplicação do antissético em casos justificados (por exemplo, em caso de feridas sujas, extensas ou com sinais de inflamação) e alertará para o tempo útil destas substâncias, a maioria dos antisséticos não deve ser usada mais de sete dias, depois de aberta a embalagem.
E a pensar no Covid, nunca se esqueça que mãos lavadas é sempre mais saúde. Para travar caminho ao vírus a desinfeção das mãos e das superfícies revela-se determinante, porque as mãos são dos mais importantes veículos dos micróbios causadores de doenças. É só para relembrar que tocar com as mãos contaminadas no nariz, na boca ou nos olhos permite que o vírus entre no organismo indo causar a doença.
Neste sentido, os produtos desinfetantes têm cada vez mais procura por parte dos utentes das farmácias. Importa também destacar que, a par da desinfeção, faz todo o sentido manter a saúde e o bem-estar da pele, procurando na farmácia produtos menos agressivos e mais seguros.