José Maria Pedrosa D’ Abreu Cardoso, fundador do Grupo Coral de Lagos e da sua escola de música, programador artístico, critico musical, investigador e professor jubilado na Universidade de Coimbra, e Maria da Conceição Boto Duarte Correia, fundadora do Pão d’ Avó Maria e figura muito estimada em Odiáxere e por toda a comunidade lacobrigense, foram as duas entidades recentemente falecidas a que a Câmara Municipal de Lagos, na sua reunião de 15 de dezembro, dedicou dois votos de pesar e um minuto de silêncio.
Na apresentação das propostas foram relembrados os seus percursos e a forma como, nas respetivas atividades profissionais e áreas de intervenção cívica, marcaram a vida de muitas outras pessoas.
José Maria Pedrosa nasceu em Guimarães, viveu em várias cidades onde desenvolveu a sua atividade cívica e profissional, tendo falecido no passado dia 9 de dezembro, aos 79 anos de idade. Deixa como legado um intenso e profícuo trabalho de investigação, de divulgação e valorização da música e das ciências musicais, assim como de criação artística, demonstrado de forma elevada e inequívoca na nossa cidade, enquanto fundador do Grupo Coral de Lagos e, mais tarde, da sua escola de música.
O papel determinante de José Maria Pedrosa na dinamização cultural do concelho foi publicamente reconhecido pelo município, em outubro de 2016, que o homenageou atribuindo-lhe a Medalha de Mérito Municipal Grau Ouro pelos serviços prestados no âmbito da promoção da cultura musical.
Distinto investigador e académico, foi um pedagogo mas também um homem de ação, que não só difundiu o conhecimento, como teve uma participação cívica forte, formando estruturas artísticas e dedicando-se à criação e produção musical.
Lagos está grata “pelo brilhantismo, motivação e energia criativa que José Maria Pedrosa desde cedo soube canalizar em prol da cultura e do desenvolvimento das comunidades onde esteve inserido”.
Maria da Conceição Boto Duarte Correia, mais conhecida apenas como D.ª Conceição, faleceu este sábado, dia 11 de dezembro, aos 80 anos de idade. Ao longo do seu percurso de vida marcou a vida de muitas outras pessoas, ensinando catequese, acompanhando jovens no escutismo e fazendo pão e bolos, atividade a que se dedicava por prazer desde criança. Esse gosto e saber-fazer foi ganhando notoriedade, pela sua qualidade fiel à tradição, dando origem a uma sólida empresa de panificação, atualmente com vários estabelecimentos comerciais onde é feita a venda direta dos produtos.
O crescimento do negócio não alterou a forma de estar da D.ª Conceição, que manteve sempre uma postura discreta e humilde, dedicada ao trabalho e pronta a ajudar quem mais precisasse, nomeadamente através de instituições de solidariedade social e iniciativas de caridade.
As suas qualidades humanas e empreendedoras foram publicamente reconhecidas pela “Câmara Municipal através de um Louvor Público Municipal, que lhe foi atribuído no dia 27 de outubro de 2007”.