O tribunal de primeira instância de Vélez, Málaga decidiu que um homem deve pagar à ex-mulher 204 mil euros “como compensação por trabalho doméstico não remunerado feito em casa” durante os 25 anos de casamento, avança o El País.
Segundo a mesma fonte a sentença inclui também uma pensão compensatória de 500 euros mensais durante os próximos dois anos para a ex-mulher, assim como outras duas de 400 e 600 euros para as suas duas filhas, de 14 e 20 anos. Além disso, obriga as partes a suportarem metade das despesas extraordinárias geradas por ambos, desde o dentista ao oftalmologista ou às aulas de apoio escolar, entre outros casos. A ação foi submetida em dezembro de 2020, meses após a separação do casal.
O casamento ocorreu em 23 de junho de 1995, quando os cônjuges estavam na casa dos vinte anos. Em julho desse mesmo ano, assinaram a separação de bens. Desde então, o homem desenvolveu uma carreira profissional que incluiu a abertura de vários ginásios nas províncias de Jaén e Málaga, venda de máquinas de musculação, entre outras actividades. Nesse seguimento conseguiu adquirir um olival de 70 hectares em Alhama de Granada, onde produz azeite e que, segundo o acórdão, gera um rendimento mensal “entre 3.000 e 4.000 euros”. “Quando entramos com a ação, o terreno estava à venda por quatro milhões de euros”, segundo a advogada da mulher, Marta Fuentes, que destaca que o património do ex-marido inclui carros de luxo e imóveis
Enquanto ele crescia profissionalmente, ela ficava em casa a cuidar das filhas . A primeira nasceu em 2003 e a segunda, em 2009. “Ela passou todo esse tempo a criar a família. Para que ele pudesse ter um projeto empresarial, ela ficou com as meninas e nunca foi contratado ninguém para ajudá-la”, destaca a advogada. que conta como a família se mudou de tempos em tempos para diferentes municípios de Málaga com base nas necessidades do homem. “Ela era a sombra dele, trabalhando atrás dele para que ele crescesse profissionalmente e se tornasse alguma coisa”, acrescenta a representante legal, que afirma que o pai não queria que a filha fizesse o ensino superior e por isso quando a menina tinha 16 anos ela estava a trabalhar para pagar as próprias propinas.
A advogada garante que o ex-marido já anunciou a intenção de recorrer da sentença.