O ex-presidente do BPP, João Rendeiro, que fugiu de Portugal em setembro para não cumprir pena pelos crimes de burla e falsificação a que tinha sido condenado, foi detido esta madrugada pela Polícia Judiciária (PJ) na África do Sul.
O site da PJ confirma a detenção do ex-banqueiro e remete mais informações para uma conferência de imprensa a realizar esta manhã, pelas 9h30.
João Rendeiro estava condenado por 16 crimes em três processos ligados ao colapso do BPP. No final de novembro, deu uma entrevista à CNN Portugal, sem revelar onde estava, para garantir que só voltaria ao país se fosse ilibado ou indultado pelo Presidente.
Na entrevista, Rendeiro assegurou ainda que iria colocar um processo contra Portugal nos tribunais internacionais e pedir 30 milhões de euros de indemnização pelo atraso da Justiça e alegou que estava a ser vítima de um tratamento injusto.
Rendeiro saiu do BPP em 2008, por afastamento determinado pelo Banco de Portugal, e nos anos seguintes começou a ser alvo de acusações judiciais e dos supervisores, tendo sido condenado em três processos a penas de 10, 5 e 3 anos e meio de prisão.
Findos todos os recursos, uma das penas, de 5 anos, transitou em julgado, mas o ex-banqueiro conseguiu fugir em setembro antes de ser detido para cumprir pena. Na altura, quando estava apenas com Termo de Identidade e Residência, informou a justiça portuguesa que iria passar uns dias de férias em Londres e aproveitou a oportunidade para fugir de Inglaterra e anunciar que não voltaria a Portugal.
– Notícia do Expresso, jornal parceiro do POSTAL
JUSTIÇA EXECUTA PENSÃO, CONTAS, CASAS E QUADROS A RICARDO SALGADO
A lista é extensa. A pensão de reforma, várias pinturas, moradias e contas bancárias: o Ministério Público deu ordem para que sejam executados 3,7 milhões de euros a Ricardo Salgado, o banqueiro que durante mais de 20 anos presidiu ao Banco Espírito Santo, de acordo com informações obtidas pelo Expresso.
Dos vários casos, criminais e administrativos, que correm contra o banqueiro, este foi o primeiro a transitar em julgado e como tal o primeiro a chegar à fase em que Salgado será obrigado a pagar coimas. O cerco acaba de se fechar.
O objetivo da execução é obter bens para saldar a coima imposta pelo Banco de Portugal na contraordenação levantada por falhas no desempenho na função de banqueiro.
Salgado é visado, entre outros, por atos de gestão ruinosa e por falhas na implementação de sistemas de gestão de risco na colocação do papel comercial emitido por sociedades do Grupo Espírito Santo colocado em clientes do BES.