Há contas no TikTok com milhares de seguidores que desencorajam a vacinação contra a covid-19, divulgam mitos sobre os efeitos secundários das vacinas e fazem comparações enganosas entre as taxas de sobrevivência e de eficácia da vacina. Esses vídeos estão a ser vistos por crianças a partir dos nove anos, descobriu a NewsGuard, uma organização que monitoriza a desinformação online.
Na investigação, a NewsGuard afirma que há crianças a partir dos nove anos que conseguiram aceder aos conteúdos antivacina, apesar de o TikTok apenas permitir o pleno acesso à aplicação para aqueles com 13 anos ou mais. Só que três crianças que participaram na investigação — todos com menos de 13 anos — conseguiram criar contas ao introduzirem datas de nascimento falsas.
Os vídeos com mentiras e teorias de conspiração sobre a covid-19 têm milhões de visualizações e são acessíveis a crianças pequenas e, segundo a NewsGuard, estão disponíveis na plataforma há meses. A organização afirma ter publicado os resultados da investigação em junho e enviado ao Governo do Reino Unido e à Organização Mundial da Saúde. Ainda assim, os conteúdos continuaram na app.
“O fracasso do TikTok em impedir a disseminação de informações perigosas sobre a sua aplicação é insustentável e quase perigoso. Apesar das alegações de tomar medidas contra a desinformação, a aplicação ainda permite que o conteúdo antivacinas e a desinformação sobre saúde se espalhem relativamente sem entraves”, criticou o diretor-geral britânico da NewsGuard, Alex Cadier. “Isto é agravado pelo facto de quanto mais as crianças interagirem com conteúdo antivacina, mais conteúdo antivacina lhes será mostrado”, acrescentou, citado pelo “The Guardian“.
O TikTok já reagiu às constatações da NewsGuard. “As nossas diretrizes comunitárias deixam claro que não permitimos desinformação sobre saúde, incluindo desinformação relacionada com as vacinas contra a covid-19. Trabalhamos diligentemente para tomar medidas sobre conteúdos e relatos que difundem informação errónea, ao mesmo tempo que promovemos conteúdos autorizados sobre a covid-19 e apoiamos diretamente o esforço de vacinação”, vincou um porta-voz da empresa.
Notícia exclusiva do parceiro do jornal Postal do Algarve: Expresso