As duas unidades de cirurgia ambulatória dos hospitais de Portimão e Faro estão esta quarta-feira, 10 de Outubro, encerradas devido à greve dos enfermeiros, que provocou também o cancelamento de 40 cirurgias, indicou o dirigente sindical, Nuno Manjua.
“A adesão no Centro Hospitalar e Universitário do Algarve é de 81%, há dois serviços que estão a 100% e nos outros vieram trabalhar muito poucos enfermeiros”, disse o coordenador no Algarve do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
Ao todo, foram canceladas 40 cirurgias, quer nas unidades de ambulatório de Faro e Portimão, serviços que têm hoje só três enfermeiros, quer nos blocos operatórios centrais, onde estão apenas a ser realizadas as cirurgias urgentes, adiantou aquele responsável aos jornalistas.
“Tendo em conta a elevada adesão e o que foi cancelado [a greve] está a ter um impacto grande”, sublinhou à Lusa, apelando à compreensão das pessoas afetadas, já que os enfermeiros “não fazem greve porque querem, mas porque são empurrados para isso”.
A greve de seis dias iniciada hoje pelos enfermeiros visa exigir ao Governo que apresente uma nova proposta negocial da carreira de enfermagem que vá ao encontro das expectativas dos profissionais e dos compromissos assumidos pela tutela.
Com início às 8 horas, a greve realiza-se hoje exclusivamente nos hospitais (blocos operatórios e cirurgia de ambulatório) e na quinta-feira em todas as instituições de saúde do setor público que tenham enfermeiros ao serviço, segundo o pré-aviso.
A paralisação nacional repete-se nos dias 16, 17, 18 e 19 de Outubro, dia em que está marcada uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa.
Os sindicatos exigem a revisão da carreira de enfermagem, a definição das condições de acesso às categorias, a grelha salarial, os princípios do sistema de avaliação do desempenho, do regime e organização do tempo de trabalho e as condições e critérios aplicáveis aos concursos.
A greve é convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), pelo Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira (SERAM), pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR) e pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE).