Um posto da Proteção Civil, um polo de investigação ou um espaço cultural são projetos da Câmara de Faro para a Ilha do Farol, território cuja gestão passou para a autarquia ao abrigo de um acordo esta quarta-feira assinado.
O processo de transferência de competências nas áreas portuárias e marítimas no núcleo do Farol – iniciado há 10 anos -, foi esta quarta-feira formalizado com a assinatura de um protocolo entre a autarquia e a Administração dos Portos de Sines e do Algarve.
O núcleo do Farol da Ilha da Culatra, conhecido como Ilha do Farol, mantém-se no domínio público marítimo, mas a gestão deste território passa agora a ser feita pela Câmara de Faro, o que vai permitir concretizar alguns projetos que a autarquia já tem em estudo.
À margem da assinatura do protocolo, o presidente da autarquia, Rogério Bacalhau, disse aos jornalistas querer recuperar um conjunto de imóveis devolutos para desenvolver atividades e eventualmente instalar equipamentos públicos.
“Queremos montar aqui um posto de Proteção Civil e com equipamento de bombeiros, para dar melhor segurança a quem cá está, em particular no verão, mas durante todo o ano”, exemplificou o autarca.
Outro dos projetos em vista é a criação de um polo de investigação do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve ou de um espaço para residências artísticas, “valências que serão uma mais-valia para o núcleo do Farol e para o concelho”, referiu.
Na ocasião, o presidente da Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APSA), José Luís Cacho, disse acreditar que a partir de agora será possível dar melhores condições a quem reside ou visita o Farol, assim como impulsionar o desenvolvimento do núcleo, criando valor para a ilha e para Faro.
“Naturalmente que com a nossa vocação portuária, não temos grande sensibilidade nem condições de acompanhar isso. Fazíamos o esforço com a nossa equipa de, permanentemente, acompanhar, com o apoio da associação [de moradores] e da Câmara que, ao longo destes anos, nos ajudou a manter aquilo que conseguíamos resolver”, reconheceu.
Presidente da Associação de Moradores enumerou uma série de questões que gostaria de ver resolvidas na Ilha do Farol
O presidente da Associação de Moradores da Ilha do Farol, Feliciano Júlio, enumerou aos jornalistas uma série de questões que gostaria de ver resolvidas na Ilha do Farol, que no verão recebe milhares de visitantes mas onde residem 160 a 180 pessoas durante todo o ano.
“As [questões] que são mais prementes são o problema das acessibilidades. Temos muitas acessibilidades completamente destruídas e que precisam de ser reparadas o mais urgente possível”, referiu, sublinhando que durante a época balnear as quedas dadas nas passadeiras da ilha são o motivo mais frequente de idas à enfermaria.
Por outro lado, sublinhou, é necessário mais policiamento durante o verão, “porque à noite as pessoas também se sentem desprotegidas”, melhor iluminação pública, de preferência com energia solar, e também um novo posto de enfermagem, pois o atual está obsoleto.
“Outra das situações que temos de falar [com a Câmara] é sobre a degradação das dunas. Não queremos pessoas a passar pelas dunas para irem para a praia, queremos mais sinalização para que as pessoas não andem por cima das dunas”, concluiu.
A Ilha da Culatra – uma das cinco ilhas-barreira da Ria Formosa, é composta pelos núcleos da Culatra, Farol e Hangares.
Os núcleos do Farol e dos Hangares foram alvo de uma renaturalização, por parte da Sociedade Polis Ria Formosa, com a demolição de dezenas de casas que estavam em zona de risco.
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