Os focos em combustão numa lixeira em Vale da Venda, Loulé, afetada por um incêndio em julho, já não estão a emitir fumos, disse hoje à Lusa o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve.
“A última informação que temos da ação de fiscalização que fizemos com todas as entidades é que, neste momento, não há emissão de fumos” a partir do depósito de resíduos da empresa Inertegarve, declarou José Apolinário.
O comandante dos Bombeiros de Loulé, Irlandino Santos, também confirmou à Lusa que a empresa extinguiu os focos em combustão na lixeira em Vale da Venda, na freguesia de Almancil, no limite com o concelho de Faro.
A fiscalização ao local, realizada na passada sexta-feira, envolveu responsáveis da CCDR/Algarve, Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Autoridade de Saúde Pública, Câmara de Loulé, Proteção Civil regional, Bombeiros Municipais de Loulé e GNR.
O incêndio no depósito de resíduos da empresa resultou do fogo que deflagrou em 14 de julho nas Gambelas (Faro) e alastrou ao município vizinho de Loulé, tendo os bombeiros estado no local até ser controlado o incêndio e a combustão remanescente ter deixado de constituir risco.
Desde então, os resíduos de construção e demolição mantinham-se em combustão, libertando fumos com gases tóxicos que eram sentidos a vários quilómetros de distância do local, o que motivou queixas da população e a intervenção da CCDR do Algarve, que suspendeu parcialmente a licença de atividade da empresa.
“Tanto quanto sei, a queima de resíduos foi coberta por terra e já não há emissões”, afirmou o comandante daquela corporação, sublinhando que, no que respeita aos bombeiros, “a operação está terminada há muito tempo”.
“Há muito tempo que aquilo deixou de ser o incêndio e era uma queima de resíduos. Quando perde o potencial de perigo e risco, já não é mais um incêndio e é uma queima”, esclareceu.
Segundo aquele responsável, desde que o fogo foi controlado e os materiais se mantiveram apenas em combustão, passou a ser “mais uma questão de saúde pública”.
Irlandino Santos sublinhou que, apesar de poder parecer apenas uma questão “semântica”, em termos de operação, para os bombeiros, “é diferente”.
Em 22 de agosto, após conhecer o relatório de monitorização da qualidade do ar encomendado pela CCDR, a Autoridade de Saúde Pública do Algarve determinou “a extinção imediata” dos focos de material em combustão.
Segundo sustentou, na altura, a delegada de Saúde regional, Ana Cristina Guerreiro, os parâmetros Partículas em Suspensão (PM10) e Benzeno eram “superiores aos valores indicativos utilizados por analogia como referência”.
A Lusa tentou contactar o presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo, mas tal não foi possível, até ao momento.
No final de agosto, o autarca disse à Lusa que estavam a ser utilizados “todos os meios legais” para que a empresa extinguisse os focos em combustão.
“Estamos a utilizar todos os mecanismos que legalmente são possíveis para que a empresa resolva a situação o mais rapidamente possível, pois trata-se de uma situação de saúde pública”, indicou, na altura, Vitor Aleixo.