Portugal tem uma taxa de fertilidade de 1,4 – número abaixo do valor necessário de 2,1 para a substituição de gerações, segundo o relatório do Fundo da População das Nações Unidas (UNFPA), divulgado esta quarta-feira.
Hong Kong (0,8), Singapura (1,0), São Marino (1,1), Macau (1,1), Aruba (1,2), Malta (1,2), China (1,2), Bósnia-Herzegovina (1,3), Porto Rico (1,3), Chipre (1,3), Japão (1,3), Itália (1,3) e Jamaica (1,3) são os países e territórios com um registo de fertilidade pior que o de Portugal.
O relatório mostra que 23% dos portugueses têm mais de 65 anos e 38% estão na faixa etária dos zero aos 24 anos. O relatório das Nações Unidas contabiliza 64% dos portugueses com idades entre os 15 e os 24 anos.
Divulgados dados sobre esperança de vida e saúde sexual
A UNFPA observa que a esperança média de vida global atingiu os 72,8 anos em 2019, um aumento de quase nove anos desde 1990, esperando-se que chegue aos 77,2 anos até 2050, após considerar os efeitos da pandemia da covid-19 na mortalidade.
Em Portugal a esperança média de vida é de 85 anos para as mulheres e de 80 anos para os homens.
Numa análise sobre saúde sexual, métodos contracetivos, género e direitos, o relatório indica que nos últimos quatro anos a taxa de prevalência do uso de contraceção por mulheres portuguesas entre os 15 e os 49 anos é de 51% para todas e de 63% para que as que estão casadas ou em união de facto.
Sobre o número de nascimentos de mães adolescentes, dos 15 aos 19 anos, Portugal surge, entre 2000 e 2021, com seis casos em cada mil raparigas.
O relatório mostra ainda que o país chega aos 100% no indicador referente aos nascimentos realizados por profissionais de saúde qualificados e regista 12 mortes por cada 100.000 nascimentos, valor semelhante ao dos países mais ricos.
No que diz respeito à violência íntima, com dados referentes a 2018, o UNFPA aponta que Portugal contabiliza apenas 4%, abaixo da média global de 13%.
Já somos oito mil milhões
O UNFPA defendeu esta quarta-feira que o planeamento familiar e a fertilidade não devem ser ferramenta da demografia, refutando a ideia que nascem “demasiadas pessoas”. O organismo defende medidas para uma mudança de mentalidade, assim como o reforço do poder das mulheres e a proteção dos seus direitos.
Segundo o relatório a população mundial atingiu oito mil milhões de pessoas em novembro de 2022 e este ano a Índia ultrapassará a população da China pela primeira vez.