O encerramento dos parques de campismo e de caravanismo em Portugal, devido à pandemia de covid-19, está a decorrer “de forma ordeira e tranquila”, afirmou hoje o Governo, destacando o regresso dos turistas estrangeiros aos países de origem.
“Todos aqueles que não são residentes nos parques devem dirigir-se para os seus países de origem, por via aérea ou por via terrestre”, disse à Lusa a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, indicando que a situação de turistas estrangeiros se regista principalmente a sul do país, nos parques do Algarve e do Alentejo.
Neste sentido, os turistas que queiram apanhar um voo de regresso a casa podem parquear as caravanas junto às imediações do aeroporto internacional de Faro, onde estão a ser providenciadas “zonas de aparcamento”, em articulação com os municípios, com os postos de comandos distratais e com o Ministério da Administração Interna.
Nas fronteiras terrestres, as autoridades espanholas vão permitir a passagem dos caravanistas, “para que estes possam continuar a sua viagem até aos seus países, grande parte deles da Europa central ou do Reino Unido”, avançou a secretária de Estado do Turismo.
No âmbito da declaração do estado de emergência em Portugal, para combater a pandemia de covid-19, termina hoje o prazo para os utentes saírem dos parques de campismo e de caravanismo, enquanto os residentes a título permanente nestes estabelecimentos turísticos podem neles permanecer para assegurar a resposta à necessidade habitacional.
Em declarações à agência Lusa, a secretária de Estado do Turismo disse que o processo de encerramento dos parques tem decorrido “de forma ordeira e tranquila”, lembrando que o despacho deu “um prazo de cinco dias”, que termina hoje, para a retirada dos hóspedes que pernoitavam nos parques e dos utentes das áreas de serviço de autocaravanas.
“Temos indicação de que grande parte dos parques, mais de metade, já estavam encerrados quando este despacho saiu e diariamente temos indicação de que mais parques têm vindo a encerrar, justamente porque não têm utentes residentes, portanto, por essa razão, têm de encerrar portas”, indicou Rita Marques, referindo que o universo de parques de campismo e de caravanismo em Portugal é “acima de 300” e que, nesta altura do ano, a taxa de ocupação “é relativamente baixa”.
Sem uma contabilização pormenorizada, porque o levantamento ainda decorre, a titular da pasta do Turismo disse que, antes do decreto que determina o encerramento dos parques, “grande parte dos utentes já tinha desmobilizado, já tinha saído dos parques de campismo e de caravanismo”, uma vez que a Direção-Geral da Saúde recomendou que a população deve ficar em casa e, nessa medida, as pessoas já tinham voltado a casa.
“Temos consciência de que há [ainda muitos] utentes que utilizam os parques como uma resposta à habitação. Legalmente esta figura não está prevista, ainda assim sabemos que há utentes que pernoitam muitas noites, demasiadas noites, nos parques, porque não têm outra resposta habitacional”, referiu Rita Marques, reforçando que o despacho prevê uma exceção para essas situações.
A exceção é “claríssima”, frisou a secretária de Estado do Turismo, assegurando que “todos aqueles utentes que residam nos parques podem aí pernoitar, podem aí permanecer, sendo que é obrigação dos parques de campismo providenciar as condições mínimas ligadas à eletricidade, à água, à segurança das pessoas e bens”.
“Faseadamente, até ao final do dia, temos indicação de que grande parte dos parques estará fechada. Estamos ainda a fazer o levantamento dos parques que ficarão abertos, atendendo a que têm ainda utentes residentes e que esses estão cobertos pelo despacho que lhes confere a possibilidade de aí permanecerem”, apontou a governante, remetendo para mais tarde um balanço final do processo.
Quanto aos turistas estrangeiros, em relação aos quais o Governo está a facilitar o regresso aos países de origem, Rita Marques revelou que o número de turistas que estão a abandonar o território nacional “tem vindo a crescer”, até porque grande parte deles é do Reino Unido e da Europa central, de países que recomendaram a todos os cidadãos que estejam fora desses territórios que regressem às suas residências.
Sem registo de “qualquer situação” que exija uma intervenção do Governo, nomeadamente pessoas que ficaram desalojadas, a responsável pela pasta do Turismo sublinhou que o encerramento dos parques de campismo e de caravanismo visa “a preservação da saúde pública, a garantia de que todos estão em segurança, resguardados deste vírus”.