Há três meses que uma mulher está a viver entre o carro que possui e as ruas de Faro com dois filhos que têm necessidades especiais. Um dos filhos tem autismo e o outro tem esquizofrenia.
Os filhos antes de atingirem a maioridade estiveram aos cuidados de uma instituição enquanto a mãe sofria violência doméstica do marido.
A mãe, Alzira Nunes, cantoneira municipal em Faro está de baixa com uma depressão e teme pelos filhos se lhe acontecer alguma coisa.
Este é um exemplo da falta de respostas sociais no Algarve para casos de perturbação mental, sobretudo em adultos. A situação agravou-se com a pandemia.
A família aguarda por uma resposta da Segurança Social que vai para além da habitação pública.
Somados os rendimentos de Alzira com todas as despesas associadas, não chega para arrendar uma casa em Faro. A família alimenta-se em parte com alimentos doados, muitos dos quais se estragam por não terem refrigeração.
“Que me arranjem um sítio, uma casa, para eu estar com os meus filhos e que arranjem uma ocupação para eles [filhos] durante o dia, mas à noite que regressassem a casa. Seria bom para eles”, pede a mãe em declarações à RTP1.
De recordar que o Algarve é a segunda região do país com a habitação mais cara e o preço por metro quadrado continua a aumentar.