As cidades com melhor qualidade de ar na Europa nos anos 2020 e 2021 foram as portuguesas Faro e Funchal e Umeå, na Suécia, indica um documento esta segunda-feira divulgado pela Agência Europeia do Ambiente (AEA).
Segundo o barómetro atualizado sobre a qualidade do ar nas cidades europeias, que inclui mais de 340 cidades, Umeå é a cidade mais limpa da Europa, em termos de qualidade do ar, seguindo-se Faro e depois Funchal. Com ar considerado bom estão mais oito cidades europeias, surgindo depois outra cidade portuguesa, Lisboa, na posição 82, com uma qualidade do ar considerada razoável.
Nas últimas três posições, como as mais poluídas, estão Padova e Cremona, em Itália, e Nowy Sacz, na Polónia.
Segundo a AEA as classificações foram obtidas com base nos níveis médios de partículas finas (PM2,5) obtidos em mais de 400 estações de monitorização nos últimos dois anos. O barómetro concentra-se nas PM2,5 por ser a exposição a essa poluição atmosférica a que causa mais efeitos graves na saúde e tem maior impacto em termos de mortes prematuras e doenças.
Da análise dos dados, conclui a AEA que a qualidade do ar foi considerada boa em apenas 11 cidades, com níveis de PM2,5 abaixo dos valores estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a exposição a longo prazo de partículas finas: cinco microgramas por metro cúbico de ar. Esses valores foram excedidos em 97% das 343 cidades europeias incluídas no barómetro.
Tendo em conta o valor limite anual da União Europeia para as partículas finas, de 25 microgramas por metro cúbico de ar, o valor limite só foi ultrapassado nas três cidades mais poluídas, o que mostra a grande diferença entre a diretriz da OMS e a norma da União Europeia.
A AEA analisou também os progressos dos Estados membros em relação aos compromissos de redução de emissões, ao abrigo de uma diretiva segundo a qual os países são obrigados cumprir compromissos nacionais de redução de cinco poluentes atmosféricos, e concluiu que menos de metade dos Estados cumpriu todas as metas.
A diretiva fixa metas para a redução das emissões anuais totais de dióxido de enxofre (SO2), óxidos de azoto (NOx), compostos orgânicos voláteis não metânicos (NMVOC) e amoníaco (NH3).
Segundo o relatório da AEA, em 2020 (ultima informação disponível e ainda não totalmente verificada pela Comissão), o maior desafio é a redução das emissões de amoníaco provenientes da agricultura, com 11 dos países a ter de reduzir os níveis dessas emissões.
Apenas 13 países cumpriram os seus compromissos relativamente a cada um dos cinco principais poluentes e os restantes 14 não cumpriram os compromissos em pelo menos um dos poluentes.