Cláudia Diogo, historiadora, académica e professora, faleceu no passado sábado, com 53 anos, sendo responsável por diversos trabalhos de investigação sobre o património do concelho de Monchique.
Rui André, presidente da Câmara Municipal de Monchique, lamenta a sua morte em publicação no Facebook.
Autora da importante obra historiográfica “Lendas e outras memórias de Monchique – História, tradição e oralidade no Algarve”, resultado do trabalho de investigação que “Cláudia Diogo desenvolveu no âmbito da sua tese de mestrado em História no ano 2003, e publicado mais tarde pela Direção Regional da Cultural do Algarve com o apoio do Município de Monchique”.
O autarca salienta que ”esta obra constitui hoje um importante legado sobre o património oral, as lendas e memórias de Monchique sendo um valioso contributo para o enriquecimento do mais vasto conhecimento do património cultural imaterial do nosso concelho e da própria região do Algarve”.
“Para além do registo sensível e com a paixão que tinha pela Cultura local, garantiu com a sua obra, a transmissão oral guardada na memória de muitos Monchiquenses que foi conhecendo na sua terra de adoção que hoje lamenta de forma sentida a sua partida”, vinca Rui André.
“A Cláudia Diogo foi também formadora de muitos jovens e deixa-nos muitos momentos de partilha, que refletem os diversos interesses em que a sua investigação se centrou, com destaque para os trabalhos dedicados à História e Património do nosso concelho”, pode ler-se na publicação.
A historiadora nasceu em Lisboa em 1967, tendo residido durante a sua infância em Almada e em Faro. Licenciou-se em Ciências da Comunicação e realizou um mestrado em História, iniciando a sua atividade profissional como jornalista em Macau. Residia em Monchique, era docente universitária e desenvolveu outros projetos nas áreas da formação, do marketing e das artes visuais.
Cláudia produziu, recentemente, um conjunto de textos para “o Município de Monchique sobre os elementos da Cultura Popular local, trabalho em que, como sempre, empregou a sua enorme dedicação ao registo inestimável do testemunho histórico e da valorização deste património, não só para o nosso concelho mas também para todo o património oral e imaterial do Algarve enquanto reflexo da identidade cultural da região”.
“Hoje é um dia triste para Monchique, para o Algarve, para a Cultura e para todos quantos reconheciam a Cláudia pela sua obra que fica como prova do seu talento e dedicação, mas sobretudo para todos quantos viam na sua amizade e no seu sorriso contagiante uma Mulher amiga, de cultura e uma professora que marcou e influenciou aqueles que com ela aprenderam”, lamenta Rui André.