Numa zona isolada, de montanha e de terra batida em Santa Maria, no município de Tavira, há um espaço com vários animais que não está sinalizado e que não é do conhecimento das autoridades.
O Expresso, que se deslocou ao local, viu-o. Confrontadas com a existência de tal espaço, a Câmara e a GNR de Tavira dizem que desconhecem a existência deste abrigo, mas garantem que vão investigar.
Esta semana ardeu um canil ilegal durante um incêndio que começou em Castro Marim, e no qual morreram “alegadamente” 14 animais, que fica próximo deste espaço que o Expresso descobriu.
A notícia é exclusiva do nosso parceiro Expresso.
“Veterinário municipal sabia de abrigo onde morreram animais”
A porta-voz do PAN disse esta quinta-feira, no Algarve, que o veterinário municipal de Vila Real de Santo António sabia da existência do abrigo ilegal onde morreram alegadamente 14 animais (responsável do abrigo garantiu serem 12 ao POSTAL) devido ao incêndio de Castro Marim.
Inês de Sousa Real visitou esta quinta-feira Castro Marim e Vila Real de Santo António, dois dos concelhos que, com Tavira, foram atingidos pelo incêndio que se iniciou na segunda-feira de madrugada e só foi dominado na terça-feira, cerca das 16:00.
A líder do Pessoas-Animais-Natureza (PAN) esteve na zona do abrigo onde morreram os animais, na localidade de Santa Rita, onde pôde constatar a “falta de condições” do espaço, agora totalmente destruído.
“Nós temos conhecimento de que, desde 2018, este abrigo tinha sido denunciado, inclusivamente ao veterinário municipal [de Vila Real de Santo António], pelas associações de proteção animal. A mesma denunciada tinha três abrigos, dois deles foram desmantelados, um em Castro Marim e outro em Tavira, e faltava desmantelar o de Vila Real de Santo António” onde acabaram por morrer os animais carbonizados, assegurou a porta-voz do PAN.
A dirigente do partido fez estas declarações ao ser confrontada pela agência Lusa com a posição da autarquia de Vila Real de Santo António sobre a morte dos animais, depois de o presidente da Câmara, Luís Romão, ter garantido que “não havia conhecimento” desse espaço no município.
Inês de Sousa Real considerou que há uma “dimensão que não se pode descurar”, porque as “câmara municipais não têm feito o seu trabalho de casa no que respeita à proteção animal”, e classificou como “fundamental” as autarquias terem “um centro de recolha oficial” e “políticas de esterilização e combate ao abandono”.