Os Estados Unidos estão a preparar com o Japão e a Coreia do Sul uma “resposta robusta” ao lançamento de hoje de um míssil balístico norte-coreano sobre o Japão, afirmou a Casa Branca.
O conselheiro para a Segurança Nacional dos EUA, Jack Sullivan, encontrou-se separadamente com os homólogos sul-coreano e japonês para desenvolver uma “resposta internacional apropriada e robusta” e reafirmar o “compromisso de ferro” dos Estados Unidos na defesa do Japão e da Coreia do Sul, disse a porta-voz Adrienne Watson.
O Comando Ásia-Pacífico dos EUA condenou o disparo do míssil balístico e garantiu que os “compromissos de Washington com a defesa do Japão e da Coreia do Sul continuam inabaláveis”.
“Os Estados Unidos condenam estas ações e apelam à Coreia do Norte para que se abstenha de novos atos ilegais e desestabilizadores”, acrescentou.
O Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, já prometeu “uma resposta firme”.
O disparo do míssil, que sobrevoou o norte do Japão, desencadeou os primeiros alertas em cinco anos para moradores, aos quais foi pedido para abandonarem edifícios, de acordo com o governo japonês.
Obrigou também à suspensão temporária da circulação ferroviária na região de Aomori e na ilha de Hokkaido, no norte do arquipélago, acrescentou.
Coreia do Sul também detetou o lançamento norte-coreano
As autoridades japonesas adiantaram que o projétil terá caído no oceano Pacífico. A Coreia do Sul também detetou o lançamento norte-coreano, em direção às águas orientais do norte.
Este disparo é a quinta ronda de testes de armas da Coreia do Norte nos últimos dez dias, numa aparente resposta aos exercícios militares entre Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos, decorridos no final do mês passado, pela primeira vez em cinco anos.
Seul, Tóquio e Washington realizaram em 30 de setembro exercícios anti-submarinos trilaterais pela primeira vez em cinco anos, dias das forças navais dos EUA e da Coreia do Sul realizaram manobras em larga escala fora da península.
Pyongyang considera os exercícios militares liderados pelos EUA na região, particularmente com a Coreia do Sul, como uma preparação para uma invasão, embora Washington e Seul tenham negado repetidamente qualquer intenção de atacar o Norte.
A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, esteve em Seul em 29 de setembro e visitou a Zona Desmilitarizada (DMZ) entre as duas Coreias, numa viagem para destacar o compromisso “inabalável” de Washington em defender a Coreia do Sul contra o Norte.
UE condena disparo de míssil norte-coreano sobre o Japão
O disparo é “uma tentativa deliberada” de colocar em risco “a segurança na região”, escreveu Charles Michel na rede social Twitter.
O presidente do Conselho Europeu condenou o lançamento do míssil balístico norte-coreano sobre o Japão, classificando o ato de uma “agressão injustificada”.
“A União Europeia está solidária com o Japão e a Coreia do Sul”, acrescentou.
A Coreia do Norte, que está sujeita a sanções da ONU pelo seu programas de armas, procura habitualmente maximizar o impacto geopolítico de seus testes, escolhendo o momento que parece mais oportuno.
As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra, uma vez que o conflito de 1950-53 terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz.