Eu entendo a vida como uma sucessão de acções cooperativas entre os indivíduos da sociedade humana. Logo, recuso aceitar atitudes do ‘salve-se quem puder’ e do ‘bota abaixo’.
Não é por ocupar um certo cargo profissional que é mais importante do que o outro, não é por ter bens socialmente mais valiosos ou na moda que vive mais do que qualquer outro, não é a chacota social de alguém que eleva o nível social desse alguém, apenas demonstra a absurda incongruência intelectual do seu autor. Estes são ‘apanágios’ da classe política.
Há quem entenda que a vida deve ser uma luta diária para ter o máximo de bens, o melhor ordenado, o melhor carro e ser famoso, assim tenha que ‘atropelar’ quem aparecer pela frente mesmo que seja sangue do seu sangue.
Nenhuma profissão é mais importante do que outra, basta recordarmos a greve dos camionistas, a greve do pessoal da limpeza, a greve dos médicos ou a greve dos professores. O importante é a competência com que se desempenha a profissão.
A vida é demasiado curta, quando se dá por isso temos setenta anos e ao olharmos para trás já não dá para corrigir nada.
Quando falo em cooperação quero significar interajuda, quer seja entre patrão e empregado quer seja entre professor e alunos ou entre marido e mulher. Ambos são interdependentes entre si.
Entendo que viver a vida é ter amores e amizades no quotidiano, ‘saborear’ essas vivencias na confraternização da contemporaneidade da existência. Isto não significa que não existam contratempos, dissabores e opiniões diferentes, só não deve haver lugar para a mesquinhez, para o atropelo, para a disputa fútil, para o ódio e para a maldade.
Temos todos a mesma origem e fim igual, para que serve a vida se não houver cooperação e harmonia entre todos?
A simplicidade, a honestidade, a verdade e a humildade devem prevalecer nas atitudes ao longo da vida, só dessa forma se ganha a grandeza da inteligência humana no seio da sociedade.
A vida é algo diferente da vaidade ou da riqueza, ela será o que construirmos na sociedade para a sua e nossa fruição da vida real e concreta.
Todos procuramos a felicidade, mas devemos ter a consciência de que só podemos ser felizes com aqueles que vivem no nosso tempo.
Nós somos o molde e o produto da nossa vida.