A Polícia Judiciária (PJ) deteve um cidadão estrangeiro no Algarve suspeito de vários crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento e prática ilícita de atos ou operações de seguros que atingiram um total de três milhões de euros.
Em comunicado, a PJ explica que a detenção foi efetuada no final da semana passada, quando o suspeito se preparava para abandonar o país, e que, depois de ouvido pelas autoridades, o homem acabou por ficar em prisão preventiva.
O inquérito é do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora e durante a operação ‘Dolce Vita’ foram realizadas diversas buscas, que permitiram apreender seis viaturas, diversos objetos e documentação.
“O suspeito agora detido, terá convencido inúmeras vítimas de que era supervisor de uma empresa corretora de seguros espanhola e que se encontrava autorizado a comercializar, em Portugal, produto financeiro da companhia que representava, de elevada rentabilidade e de capital garantido”, explica a PJ.
No comunicado, a PJ adianta ainda que o suspeito criou uma empresa, com instalações, colaboradores e veículos, “visando simular uma verdadeira atividade comercial e garantir a permanente entrada de fundos”.
“Contudo, tratava-se de um ‘esquema em pirâmide’ ou ‘ponzi’, de rentabilidade inexistente e simulada, em que os valores dos primeiros investidores são reembolsados através dos valores entregues pelos seguintes e assim sucessivamente, até que o sistema deixe de ser alimentado e, inevitavelmente, sejam perdidos todos os valores não reembolsados, até então”, acrescenta.
A PJ diz ainda que os elementos recolhidos mostram que o sistema teria atingido já a última fase, que o arguido se prepararia para abandonar o país e que a investigação permite estimar que a atividade ilícita, presumivelmente iniciada em 2018, ascendeu a mais de três milhões de euros.