A Arquidiocese de Braga pediu desculpa pelos abusos sexuais de um padre a crianças da paróquia de Joane. As primeiras denúncias começaram em 1999. Só em 2019 foi apresentada uma queixa formal.
O assunto é falado em surdina desde os anos 80 pelas ruas de Joanes. As confissões do padre Fernando saem agora da igreja, depois de apresentada uma queixa formal em 2019 à Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis.
As conversas e as atitudes que o padre teria com as crianças no confessionário são vistas com “dor e sofrimento pela Arquidiocese de Braga que tem vindo a acompanhar o relato de homens e mulheres vítimas de abusos por parte do Cónego Manuel Fernando Sousa e Silva”.
A Arquidiocese dirige-se em comunicado, em primeiro lugar, a todas as vítimas a quem com profunda tristeza e humildade pede perdão, reconhecendo que, “neste caso, a Igreja falhou no seu dever de proteger os mais frágeis e vulneráveis”.
A SIC sabe que terão existido outras denúncias pelo menos em 2002. D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga entre 1999 e 2021, já fez saber que entregou tudo o que tinha à Comissão de Menores e Adultos Vulneráveis. Em janeiro de 2022 criou uma comissão de investigação prévia.
Braga vai disponibilizar agora um serviço de escuta destinado a quem quiser partilhar o que passou. Será um atendimento presencial, telefónico ou por correio eletrónico.
O padre Fernando foi ordenado em 1956. Foi igualmente professor e juiz do tribunal eclesiástico. Neste momento tem 90 anos e a arquidiocese de Braga diz que foram impostas medidas disciplinares ao sacerdote. Uma delas a proibição de celebrar missas e o recolhimento em clima de oração e penitência.
- Texto: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL