A roda do tempo irá trazer de novo a Tavira, em meados de outubro, os oficiais de Marinha do Curso que têm por patrono “Miguel Corte Real”, nos festejos dos 60 anos da sua entrada para a Escola Naval, ocorrida no distante ano de 1963.
O tavirense Rui Cabrita reaviva a homenagem, ocorrida há 10 anos, quando aqui se reuniram comemorando então o cinquentenário.
“Este grupo de ‘velhos marinheiros’ é movido por um muito apegado enlevo por Tavira, a cidade berço dos ‘Corte Real’, navegadores quinhentistas, que, no final do século XIII e princípios de XIV, exploraram as terras do Norte da América, sendo pioneiros nessas navegações. A genialidade de João Vaz Corte Real e de seus filhos Gaspar e Miguel, têm merecimento reconhecido na toponímia da cidade. Da sua memória, bem reza a história e em Tavira persistem algumas réstias patrimoniais associadas a tais vultos que a história imortalizou”, lembra.
“Resistem à voragem dos elementos duas construções coevas (em estado de ruina) – o “Solar dos Corte Real”, sobrepondo-se às “Ruinas Fenícias” (em fase de prolongada recuperação arqueológica), na calçada D. Paio Peres Correia junto à Igreja da Misericórdia e a Capela dos “Costa”, no jardim de S. Francisco”, destaca Rui Cabrita.
Por feliz coincidência a presente visita decorre no período em que se relembra e homenageia essa figura virtual, de origem tavirense, o “engenheiro naval” Álvaro de Campos, criada por esse génio da nossa literatura, Fernando Pessoa, descendente de famílias tavirenses. E é assim que nos associamos à “Festa de Anos de Álvaro de Campos” – uma manifestação cultural abrangente dos agentes culturais locais numa iniciativa da Associação “Partilha Alternativa”.
E, neste dia de abertura, domingo, 15 de outubro, a “Festa” atinge um grau de excelência, oferecendo uma performace poético musical com o “Octeto de Sopros” da Banda da Armada, a Banda Musical de Tavira e o ator Vitor Correia, que interpreta poemas de Fernando Pessoa, na Igreja da Misericórdia, pelas 18:30, com entrada livre.
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