Segundo os responsáveis dos estabelecimentos de ensino privado, com um total de 1.250 alunos, a decisão é uma medida de contenção e prevenção de contágio de Covid-19.
O diretor pedagógico do Colégio de Nossa Senhora, Carlos Ferrinho, confirmou à Lusa o encerramento das atividades presenciais até 27 de março, algo que “foi recebido pelos pais com agrado e com alívio”, porque havia “uma intranquilidade, com a informação e contrainformação que vão recebendo”.
“Julgamos que desta forma estaremos mais próximos daquilo que é desejado, com a providência que é necessário ter e a defesa da nossa comunidade escolar, preservando a integridade de todos” afirmou.
Carlos Ferrinho adiantou que os pais se sentem mais seguros desta forma, “tendo os seus (filhos) mais próximos”, uma preocupação que já tinha sido manifestada junto da direção do colégio e que se revelou “na taxa de absentismo verificada hoje” nos 278 alunos que frequentam o estabelecimento, sem especificar qual.
Posição semelhante manifestou à Lusa a diretora do Colégio Internacional de Vilamoura, onde 40% dos 650 alunos não compareceram hoje às aulas e onde a medida de suspensão até 27 de março também foi comunicada esta tarde aos pais.
“Em nove anos nunca tomei uma medida tão difícil e drástica só sustentada por valores mais altos e julgo que neste momento eles estão em causa, independentemente da decisão governamental”, afirmou à Lusa Cidália Bicho.
As equipas pedagógicas deste colégio começam na sexta-feira a elaborar um plano para “trabalhar à distância com os alunos”, medida que Cidália Bicho considera essencial para ajudar as famílias a manter os filhos em casa, “já que este não é um momento de férias”.
O objetivo é que cada professor “envie de manhã uma tarefa” que obrigue os alunos a levantarem-se “e começarem uma rotina de trabalho”, com atividades organizadas e isso permita aos encarregados de educação estarem com os filhos em casa sem que “constitua uma dificuldade”, referiu a diretora.
Cidália Bicho revelou que o trabalho com os pais começou há umas semanas “com as famílias que foram celebrar o novo ano chinês” que ficaram em quarentena, não regressando os educandos à escola, medida alargada e “com boa adesão” a quem viajou no Carnaval para os locais com o vírus ativo.
No colégio de Olhão a suspensão também tem início na sexta-feira, estendendo-se até 27 março, revelou à Lusa Célia Santos, professora e responsável pelo plano de contingência de combate à Covid-19.
O Colégio Bernardete Romeira irá usar uma “ferramenta digital” para dar apoio pedagógico à distância aos 320 alunos, cujos pais já tinham demonstrado alguma preocupação “durante esta semana” sobre as possíveis situações de contágio e as medidas que estavam a ser tomadas.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (19), ao passar de 59 para 78, dos quais 69 estão internados.
A região Norte continua a ser a que regista o maior número de casos confirmados (44), seguida da Grande Lisboa (23) e das regiões Centro e do Algarve, ambas com cinco casos confirmados da doença.
O boletim divulgado hoje assinala também que há 133 casos a aguardar resultado laboratorial e 4.923 contactos em vigilância, mais 1.857 do que na quarta-feira.