O Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou hoje estar a acompanhar a situação de um tripulante português do navio japonês Diamond Princess que terá sido infetado com Covid-19, mas admitiu que não tem ainda informação das autoridades japonesas.
O ministério “está em contacto com as autoridades japonesas” através da embaixada em Tóquio, e está a acompanhar “a evolução dos resultados dos testes que vão sendo realizados”, avançou o gabinete do ministério em comunicado enviado à Lusa.
“Não temos ainda informação da parte das autoridades japonesas de que haja algum caso confirmado de infeção com o coronavírus, entre os tripulantes portugueses do navio Diamond Princess”,
O ministério liderado por Augusto Santos Silva acrescentou ainda estar também a acompanhar “os tripulantes portugueses e respetivas famílias”.
A mulher de um dos tripulantes do navio da empresa Princess Cruises, atracado no porto de Yokohama (Japão), disse hoje à Lusa que o seu marido foi diagnosticado “positivo” com o novo coronavírus.
O português, Adriano Maranhão, é, segundo a sua mulher, canalizador do navio e só foi testado há dois dias, tendo sido colocado numa cabine em isolamento há cerca de oito horas.
A comprovar-se o resultado positivo, este será o primeiro caso diagnosticado de um português com Covid-19.
Contactada pela Lusa, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirma que ainda está à espera de confirmação oficial, mas admitiu que recebeu informação do Japão na sexta-feira à noite a informar que a tripulação do navio tinha começado a ser testada no dia 20.
“Estamos à espera de informação. Como é de noite agora no Japão, calculo que amanhã tenhamos informação concreta sobre os resultados”, afirmou.
Segundo adiantou a mulher de Adriano Maranhão, Emmanuelle, o português “foi examinado pela primeira vez há dois dias”, após “terem desembarcado os passageiros”.
“Neste momento está numa cabine, fechado, desde há 7 ou 8 horas, ou mais, sem apoio, sem medicação, sem tratamento, sem nenhum tipo de procedimento nem encaminhamento e sem comer sequer”, lamentou Emmanuelle Maranhão, referindo que tem tentado contactar quer o Governo, quer a embaixada, quer a empresa do navio, mas sem obter mais informações.
O cruzeiro, ancorado no porto de Yokohama, a sul de Tóquio, é o maior foco de Covid-19 fora da China continental, tendo registado mais de 600 infetados entre os passageiros, dois dos quais morreram.
Na quarta-feira, as autoridades japonesas deram início à operação de desembarque dos passageiros saudáveis, findo o período de quarentena do navio, iniciado em 03 de fevereiro, operação que terminou na sexta-feira.
Emmanuelle Maranhão lamenta a falta de apoio ao marido, referindo que “ainda não obteve resposta nenhuma” e que Adriano continua no quarto sem que ninguém lhe dê mais informações.