A pandemia tem dado muito que falar e continuará por muito tempo, especialmente àqueles que estão habituados a fazer prognósticos no fim dos jogos.
Desde o início que os responsáveis governamentais da área da saúde dizem que é necessário eliminar as cadeias de transmissão da doença, de acordo, mas a única opção foi o confinamento.
Eu penso que os utentes de lares não pertencem às cadeias de transmissão, são os últimos no fim da linha. Enquanto que os funcionários dos lares, esses sim, pertencem às cadeias de transmissão. Por outro lado; os professores, educadores de infância e funcionários das escolas, os camionistas e condutores de transportes públicos, os vendedores nos mercados, assim como todos aqueles que se deslocam diariamente em contactos de negócios, esses são aqueles que constituem, involuntariamente, cadeias de transmissão ativas.
Foi dada prioridade aos profissionais da saúde, e muito bem, mas esqueceram-se dos bombeiros. O argumento da proteção da fragilidade dos anciãos é perfeitamente válido e louvável, a forma de o alcançar é que é discutível, foi dada prioridade aos idosos em lares, discordo, esses estão sossegados só adoecem se lhes levarem o vírus, bastaria vacinar na primeira fase os funcionários e proibir as visitas, excepto se fossem criadas condições de não contacto como alguns lares fizeram. Os idosos merecem todo o respeito e muito carinho, mas não devem servir para caçar votos.
A diretora geral de saúde disse, em certa altura, que era incorreto e impensável proibir as visitas aos lares, mas mais tarde fez exactamente isso, dá a sensação de andar a apanhar papéis, enfim.
Os professores estão em contacto direto em sala de aula com pelos menos cem alunos por dia o que significa em contacto indirecto com cem famílias, que por sua vez têm milhares de contactos, esses deveriam ter prioridade, foi o que a Rússia fez.
Salvo melhor opinião, os ziguezagues dos membros do governo ligados à saúde empurrando a solução dos problemas para a frente na esperança de se resolverem por si próprios, demonstra uma enorme impreparação política e ausência de capacidade de liderança. Errar é humano, mas errar muitas vezes é incompetência.
Esperemos que os problemas da saúde melhorem e se resolvam, melhores dias virão.