Quem é de Tavira ou tem alguma ligação a esta cidade do sotavento algarvio já ouviu a sirene dos bombeiros tocar às 13:00. Com um impressionante alcance de seis quilómetros, pode ser ouvida todos os dias por milhares de pessoas. Conheça agora a história de um dos símbolos de Tavira.
O Corpo de Bombeiros Municipais de Tavira conta que foi em 1954 que os bombeiros adquiriram a sua primeira sirene e que a mesma tinha o objetivo de chamar os bombeiros ao quartel quando ocorriam incidentes.
A sirene estava inicialmente “situada no telhado do antigo Quartel da Corredora, com o seu botão de ativação colocado ao lado do portão de entrada do quartel pelo lado de fora, tendo o popular que se deslocava ao quartel para pedir ajuda, partir um vidro para aceder ao botão e ativar a sirene chamando os bombeiros”, explicam.
Quase 20 anos depois, em 1973, os bombeiros mudaram-se para o quartel do Largo do Cano e a sirene foi “mudada para cima do depósito da água, ao lado da igreja de Santa Maria do Castelo” e por mais de trinta anos lá ficou, a servir o Corpo de Bombeiros e os tavirenses.
Ficou conhecida pela ‘bomba’, que significava a forma de chamar os homens que operavam as bombas, os bombeiros, dai surgir o termo tocar à bomba.
O ato de ‘tocar à bomba’ tornou-se um gesto diário e conhecido entre a população local. “Era feito manualmente às 13 horas, com o objetivo de garantir a operacionalidade do sistema rotativo da sirene comprovando que o mesmo não se encontra avariado, pois a sirene estava exposta aos fatores atmosféricos”, referem.
Foi necessário mudar a sirene de sítio após a conclusão do observatório no antigo depósito da água. A sirene foi recolocada dentro da torre dos sinos na igreja de Santa Maria e perdeu grande parte do seu potencial ficando quase “muda”. Pouco tempo depois a sirene acabou mesmo por avariar e por perder a sua operacionalidade.
No verão de 2009 foi adquirida pelos bombeiros de Tavira uma nova sirene “mais rotativa tornado o som mais agudo e rápido”, explicam.
Esta nova sirene foi colocada na torre da casa Escola do Quartel dos Bombeiros, ao lado da antena e continua a cumprir a função da antiga “irmã,” agora adormecida.
Pode ser vista na rua em frente ao quartel, por cima da gravura na parede e “ouvida por milhares de pessoas até onde o vento levar o seu som”, finalizam.
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