A organização da 40.ª Concentração de Motos de Faro fez este domingo um “balanço positivo” do evento, considerando que foram “cumpridos os objetivos” mesmo com as restrições impostas pela situação de contingência decretado em Portugal para evitar incêndios.
A declaração pelo Governo da situação de contingência, que abrangeu os quatro dias da concentração, realizada entre quinta-feira e hoje, e foi alargado por mais dois dias, obrigava os organizadores a não utilizar uma área florestal por causa do risco de incêndio, num período em que uma onda de calor afetava Portugal, com temperaturas acima dos 40 graus.
Questionado pela agência Lusa sobre o balanço que a organização fazia da 40.ª edição da Concentração Internacional de Motos algarvia, José Amaro, presidente do Motoclube de Faro, respondeu que “foi positivo, tendo em conta todas as anomalias que ocorreram, com algumas imposições” derivadas da proibição de permanecer em áreas florestais, no âmbito do estado de contingência declarado pelo Governo.
José Amaro reconheceu que, ao longo do período da concentração, foi necessário “passar um pouco por cima” de “algumas” dessas restrições impostas a apenas dois dias do início do evento, que costuma juntar mais de 30.000 pessoas no Vale das Almas, em Faro, numa zona junto ao aeroporto que abrange uma parte de uma área florestal.
Para evitar que o campismo ocupasse áreas florestais, ultrapassando as restrições impostas pelas autoridades a poucos dias do início da concentração, quando já se encontravam milhares de participantes no Algarve ou a caminho da região para assistir ao evento, foi disponibilizado um terreno urbano para evitar que o campismo se instalasse na zona florestal.
Mas José Amaro argumentou que “não havia condições” nessa área para acolher as pessoas e, por isso, a organização decidiu “assumir o risco” de permitir que regressassem às zonas habituais de campismo, até porque, se isso não fosse feito, “punha-se em risco a segurança das pessoas”, justificou.
“Não podíamos estar a usar terrenos que não eram compatíveis com as necessidades e onde não havia o espaço suficiente para acolher as pessoas que vinham até cá”, sustentou, salientando que a concentração recebe a cada ano milhares de pessoas e “já se sabia que, como eram os 40 anos, seria um evento de referência”.
CANCELAMENTO DO EVENTO FORA DA EQUAÇÃO
O cancelamento do evento é que esteve fora da equação porque “criaria muitas dificuldades para [a organização] cumprir todos os compromissos que já tinha assumido” e “era preciso ter em consideração os milhares de pessoas de praticamente toda a Europa que se deslocaram à concentração de Faro”, disse José Amaro.
“Mas os objetivos foram cumpridos, mesmo com essas restrições”, afirmou o presidente do Motoclube, revelando que “o número de inscritos andou à volta dos 23.000” e, “em números de participantes, dentro do próprio recinto, estiveram cerca de 35.000 pessoas”.
José Amaro considerou ainda “estranho” que um fogo tenha deflagrado na terça-feira à noite nas Gambelas, em Faro, alastrando depois a Loulé e afetando parte da área florestal onde a concentração se realiza, mas salientou que esse fogo “não foi dentro do perímetro da concentração” e ocorreu “mesmo junto à universidade [do Algarve, campus das Gambelas], que fica aí a dois quilómetros e tal do local da concentração”.
O presidente do Motoclube mostrou-se, assim, “satisfeito” com o trabalho feito na 40.ª edição da concentração de Faro, que terminou hoje com o desfile de motos pela cidade, e manifestou o desejo de que “os milhares e pessoas presentes na concentração regressem em segurança a casa”.