A Proteção Civil Municipal de Loulé e os bombeiros de Quarteira registaram 23 ocorrências devido à chuva intensa que caiu ao final do dia de domingo, que provocou pequenas inundações na freguesia.
Em declarações à Lusa, o vereador da Câmara de Loulé com o pelouro da Proteção Civil Municipal, Carlos Carmo, explicou que, apesar de ainda não haver um “balanço final dos estragos”, o “evento extremo de precipitação que teve mais intensidade na zona litoral”, levou a central de comunicações a receber 23 ocorrências.
“Temos 23 ocorrências desde o início do temporal com a chuva intensa. Tem basicamente a ver com pequenas inundações, sendo que duas delas foram registadas em garagens, uma na rua Vasco da Gama e outra na rua do Ribeiro”, disse.
De acordo com o responsável, todas as ocorrências registadas, entre as 18:00 e cerca das 22:30, tiveram lugar na freguesia de Quarteira, onde foram sendo resolvidas, “grande parte delas pelos bombeiros e proteção civil, e outras assim que diminuiu a intensidade da chuva”.
“Foi uma grande quantidade de água num curto espaço de tempo. Foi o que podemos considerar como um evento extremo de precipitação”, sublinhou.
Não houve registo de habitações com danos, somente inundações na via pública, garagens e quintais
Segundo Carlos Carmo não houve registo de habitações com danos, somente inundações na via pública, garagens e quintais, além da cave de um restaurante, “mas situações pontuais, se é que se pode chamar assim”.
O responsável adiantou ainda que apesar do serviço de limpeza de sarjetas existente em todo o concelho e, “apesar de estarem limpas, a folhagem funcionou como um tampão”, considerando ser normal nesta altura do ano, com as folhas das árvores a cair, isso acontecer.
“As nossas equipas foram logo para o terreno, foram logo aferir essas situações. Não tenho informação de esgotos entupidos”, disse.
A Proteção Civil tinha emitido a meio da tarde de domingo um aviso à população, com previsões de precipitação e vento no sul do país, alertando para a possibilidade de inundações em zonas urbanas, cheias e deslizamentos de terras.
Faro e Beja estiveram sob aviso laranja
Os distritos de Faro e Beja estiveram hoje sob aviso laranja (o segundo mais grave), emitido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), por causa da precipitação até às 15:00. A partir dessa hora o aviso passou a amarelo (terceiro na classificação por gravidade), mantendo-se pelo menos até às 18:00.
Faro e Beja estiveram igualmente sob aviso amarelo por causa da possibilidade de trovoadas frequentes e dispersas (até às 15:00 de hoje) e do vento por vezes forte do quadrante sul, com rajadas até 70 quilómetros por hora (km/h) até às 18:00 de hoje.
O aviso laranja indica situação meteorológica de risco moderado a elevado e o amarelo é emitido pelo IPMA sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
O alerta emitido no domingo pela Proteção Civil tem por base as previsões meteorológicas do IPMA, que previa períodos de chuva ou aguaceiros, mais frequentes e intensos na região Sul, com possibilidade de ocorrência de trovoada e vento fraco a moderado (até 30 km/h) do quadrante leste, sendo moderado a forte (30 a 40 km/h) do quadrante sul na região Sul até ao meio tarde, e nas terras altas, com rajadas até 70 km/h.
Na nota, a proteção Civil avisou igualmente para a possibilidade de cheias por transbordo de cursos de água, deslizamentos de terras por “instabilidade de vertentes” que podem ser potenciados pelos efeitos de incêndios florestais, arrastamento para as estradas de objetos soltos, desprendimento de estruturas móveis e formação de lençóis de água.
Recomendou ainda a desobstrução de sistemas de escoamento, a fixação de estruturas soltas, a ter particular atenção à circulação em zonas com árvores, pela possibilidade de queda e quebra de ramos, especial cuidado junto a zonas ribeirinhas, adoção de uma condução defensiva e não atravessar zonas inundadas.