Para quem já não se recorda, a gripe é uma doença respiratória causada por um vírus, de nome Influenza, que tem como caraterística especial o facto de estar em permanente alteração, isto dificulta a existência de uma única vacina em todo o mundo, é obrigatório a preparação de uma vacina específica todos os anos, e com essa alteração permanente do vírus, as pessoas não adquirem imunidade, como tantas vezes sucede com outras doenças.
Doença com uma versatilidade de consequências: já não falando de pandemias devastadoras (que já as houve e não estamos livres que se venham a repetir) é umas principais causas de absentismo, pode gerar inúmeras complicações, tendo à cabeça as pneumonias, as otites, as sinusites e as bronquites. Em resumo, quanto maior for o número de pessoas vacinadas, melhor será a cobertura populacional. E nunca devemos descurar as populações de risco, caso dos doentes cardíacos, os que sofrem de afeções respiratórias e bronco-pulmonares, os diabéticos e mesmo os imunodepressivos (caso dos doentes com SIDA, com cancro, com leucemias, os transplantados,…); são ainda muito suscetíveis as pessoas com idade superior a 65 anos, os profissionais de saúde, os residentes em lares e instituições congéneres e crianças até um ano de idade. Importa não esquecer os fumadores e as pessoas com bronquite crónica, a vacina anual é para eles de toda a conveniência.
A vacinação deve ser feita obrigatoriamente antes de eclodir o surto epidémico, para este ano prevê-se em meados de outubro; porque a infeção é mais frequente nos meses frios. O vírus transmite-se por contato direto, através da inalação de gotículas respiratórias (tosse ou espirro sem tapar a boca ou o nariz), pelo contato com superfícies ou objetos contaminados, caso de maçanetas de portas, telemóveis ou teclado de computadores. E como se manifesta? Os sintomas surgem dois a quatro dias após o contágio, assinala-se por arrepios e febre acima de 38ºC, dores musculares, articulares ou de cabeça, tosse geralmente seca no início que pode chegar à expetoração e nas crianças mais pequenas são frequentes náuseas, vómitos, diarreia e prostração.
Como se trata? Com repouso e aumento da ingestão de líquidos; com medicamentos, caso de antipiréticos (servem para baixar a febre), anti-inflamatórios (será o caso das dores de garganta) ou descongestionantes nasais (para alívio do nariz entupido). Como toda a gente também sabe, não serve tomar antibióticos, estes só servem para tratar bactérias.
Convém também não esquecer que há cuidados individuais de grande importância: é o caso da lavagem das mãos, ao assoar-se, espirrar ou tossir é importante cobrir a boca e o nariz com o antebraço ou um lenço de papel e importa proceder à desinfeção de superfícies para evitar a transmissão do vírus. Enfim, a vacinação é a forma mais eficaz de prevenir a infeção. A gripe mata, e de que maneira: De acordo com a OMS, todos os anos morrem no mundo mais de 650 mil pessoas devido à gripe. Em Portugal, de acordo com o relatório do Programa Nacional de Vigilância da Gripe, na época 2018/2019, morreram mais de 3300 pessoas devido à gripe. Para esta época gripal, Portugal vai investir 13,6 milhões de euros na compra de 2 milhões de vacinas, mais meio milhão de doses que no ano passado. O médico prescreve e o doente vai ao centro de saúde ou à farmácia. Aqui, pode contar com um horário específico para a prestação da administração da vacina e agendamento prévio, e compete ao farmacêutico prestar aconselhamento de vário tipo: ajudar a distinguir uma gripe de uma constipação e orientar na escolha de medicamentos que não requeiram receita médica e que ajudem a melhorar os sintomas.